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Venezuela vai financiar projeto habitacional com o Petro

Melissa Eggersman

O ministro de habitação da Venezuela, Ildemaro Villarroel, anunciou que o governo do país está planejando financiar a construção de projetos habitacionais usando a já polêmica criptomoeda Petro, que é apoiada pelas reservas de petróleo da nação.

As vilas habitacionais vão ser construídas como parte do projeto de habitação do país chamado de La Gran Misíon Vivienda Venezuela (A grande missão de habitação da Venezuela, em tradução livre) ou como é conhecida em sigla GMVV. O objetivo do projeto é oferecer às famílias habitações decentes e acessíveis.

O projeto vai começar no segundo trimestre de 2019 e a intenção é usar a criptomoeda estatal para sustentar os planos do governo de promover e aprimorar a aceitação do ativo digital. O Petro foi lançado, de acordo com o seu White Paper, como uma maneira de pagar por impostos, taxas e serviços públicos.

O governo acredita que a criptomoeda oferece muitos benefícios para o projeto habitacional e aprovou um total de 75 bilhões de bolívares (cerca de 1 milhão de reais) e 909.000 Petros para a construção das novas casas.

Villarroel disse que pelo menos 33 empresas estão passando por processos de validação técnica, logística, operacional e de capacidade financeira para levara adiante projetos com financiamento com o Petro.

Porém, esses projetos não ajudam a melhorar a imagem controversa do Petro. Muitos acreditam que o governo tem tentado encontrar maneiras de usar as moedas e aumentar a demanda no mercado. No começo do ano, o governo venezuelano revelou que pode cobrar a exportação de petróleo em Petros e ofereceu à Índia 30% de desconto em petróleo se eles pagassem com o Petro.

Outros acreditam que a criptomoeda enfraquece a legitimidade de outros ativos digitais, já que a sua venda inicial foi essencialmente uma maneira da Venezuela driblar as sanções internacionais e trazer capital financeiro para o país.

E as polêmicas não são apenas levantadas por pessoas de fora do próprio governo. A própria Assembleia Nacional da Venezuela declarou a moeda anticonstitucional. Portanto, o Petro ainda tem muito o que enfrentar para garantir sua legitimidade e alçar no uso real. Isso, é claro, se ela conseguir provar que é mais do que apenas um golpe praticado pelos próprios governantes.

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