Apesar de todas as qualidades do Bitcoin, o criptoativo ainda apresenta alguns defeitos. O BTC nasceu com o intuito de ser um pagamento do dia a dia e substituir o dinheiro que sempre nos foi apresentado, o fiduciário. Contudo, o Bitcoin nunca alcançará essa meta se não conseguir escalar.
O problema de escalabilidade do BTC é tamanho que muitas altcoins surgiram somente com o propósito de resolvê-lo. Entretanto, nenhuma conseguiu ser tão importante e desejada como o criptoativo original. Por essa razão, a lógica é trabalhar no próprio Bitcoin para que ele se torne escalável e cumpra seu objetivo.
Certamente uma das maiores tentativas de trazer escalabilidade para o Bitcoin é a Lightning Network. A proposta de 2016 apresentada por Joseph Poon e Thaddeus Dryja promete trazer o sonho do BTC escalável em uma segunda camada sobre o blockchain do Bitcoin. Além disso, melhoraria substancialmente a velocidade da transação, pois não seriam aprovadas pelos nós da rede.
No entanto, além de passar por críticas, algumas vulnerabilidades foram encontradas na LN. De acordo com o artigo de Christian Decker, pesquisador da Blockstream, os mecanismos gossip e probing, utilizados pela LN, poderiam ser explorados. Sendo assim, revelariam dados confidenciais das transações. Conforme observado no artigo há dois ataques: probing e timing.
O probing acontece quando um agente malicioso tenta determinar a quantidade máxima que pode ser transferida. Enquanto o timing acontece quando o hacker ataca para descobrir o quão perto está o destino de pagamento roteado.
Ademais, a pesquisa apontou que é possível rastrear pagamentos de canal em qualquer nó acessível a partir do nó atacante. Para isso é necessário “apenas um canal cujo saldo seja menor ou igual ao segundo menor saldo na rota a partir do nó atacante”. Em contrapartida, a utilização dos nós privados podem impedir a transmissão via gossip.
Como resultado de toda essa vulnerabilidade e dos problemas vistos no passado, como o desenvolvedor que perdeu 4 bitcoins ao utilizar a LN, a Lightning Network pode perder espaço no mercado. Só para exemplificar, temos o WBTC que é um token no blockchain do Ethereum vinculado 1:1 com o BTC.
A quantidade de WBTC bloqueada no ETH é de US$8,1 milhões. Já a LN tem um bloqueio de US$8,8 milhões. Apesar de os números serem próximos, a velocidade como a que o WBTC cresceu é surpreendente. Ademais, o valor total bloqueado no WBTC alcançou um nível mais alto com seu recente aumento. Isso indica que em breve poderá superar a LN.
Além disso, o WBTC conta com mais um ponto positivo. Ao bloquear Bitcoin em sua rede ele diminui a quantidade de BTC em circulação trazendo uma maior escassez e possivelmente aumentando o preço do criptoativo.
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