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Libra: O Bitcoin não é um meio de pagamento

Adolph Obasogie

Consumer Eletronics Show (CES) é uma feira de tecnologia que há 50 anos serve de campo para os inovadores e tecnologias revolucionárias. O CES é “o palco global onde as inovações da próxima geração são introduzidas no mercado”.

No CES 2020, em Las Vegas, os criptoativos foram introduzidos através da participação da Libra Association. No painel “The Libra Effect” do Digital Money Forum: Fintech, Crypto and Blockchain, Dante Disparte, vice-presidente da associação, alegou que o Libra é necessário porque ele rejeita a ideia de que o Bitcoin é um meio de pagamento.

Disparte fez a alegação logo após admitir que o Bitcoin conseguiu mostrar que a escassez matemática “pode suportar um ativo incrivelmente excitante”. Contudo, foi rápido em mostrar seu pensamento de que o BTC não é uma forma de pagamento e não pode resolver os problemas que se propôs a aclarar.

O chefe de políticas da Libra Association disse que a expressão mais básica da mobilidade econômica é o processo de pagamentos. Para Disparte essa qualidade falta nos criptoativos e essa será a vantagem do Libra sobre o Bitcoin e as altcoins. Ele não vê o BTC alcançando adoção em massa. Além disso, acredita que os níveis de atritos que tornam o acesso a pagamentos restritos para algumas pessoas não podem ser resolvidos com o Bitcoin.

Akin Sawyerr, líder de estratégia do Decred, foi membro do mesmo painel e trouxe uma voz para o mercado blockchain e criptoativos ao discordar de Disparte. Sawyerr disse que um conselho de empresas interessadas em fazer um sistema de dinheiro melhor que um sistema descentralizado não o convence.

Sawyerr acrescentou que a única maneira de realmente chegar ao mundo é capacitar os indivíduos a terem alguma soberania no nível básico. Assim as pessoas cuidariam de seu próprio dinheiro ao invés de precisarem de uma instituição centralizada.

No entanto, Disparte disse que o mundo não é soma zero, que não era justo aplicar um “teste de pureza de criptoativos” ao Libra. Segundo Disparte, os projetos descentralizados falharam, em toda sua existência, em trazer uma solução escalável e funcional que poderia ser usada por pessoas nos países em desenvolvimento.

O debate a favor e contra o Bitcoin existe há onze anos. A sua fase de criação praticamente anônima fez com que o principal criptoativo do mercado não sofresse retalhações antes de ser lançado. O anonimato de Satoshi Nakamoto faz com que o BTC tenha ainda mais força, pois não há uma entidade central que os governos podem atacar.

Já o projeto Libra, sendo parte de uma associação com grandes empresas, não conta com nenhuma dessas vantagens. Assim que o Facebook anunciou o seu lançamento, governos e bancos centrais de todo o mundo voltaram seus olhos para o stablecoin da gigante social.

A Libra Association enfrentou uma grande crise durante todo o ano que encerrou a década. A turbulência enfrentada pela associação além de mostrar o quanto o projeto Libra é um retrocesso e se assemelha ao sistema centralizado dos bancos, prova a necessidade de um sistema descentralizado como o Bitcoin.

Clique aqui para ler: Pesquisa: Regulamentação prejudica o preço do Bitcoin

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