Economista critica lei de oferta e demanda e diz que o Bitcoin é centralizado

Economista critica lei de oferta e demanda e diz que o Bitcoin é centralizado

By Adolph Obasogie - min. de leitura
Atualizado 10 junho 2021

Conforme o Bitcoin cresce, ele começa a ganhar mais espaço no mundo real. Por consequência, o BTC aparece em muitas mídias e não é de se estranhar que o principal criptoativo seja assunto de Harvard também. A pesquisadora Primavera De Filippi escreveu sobre as armadilhas do Bitcoin, da tecnologia blockchain e da governança descentralizada.

De acordo com o documento o blockchain poderá interromper muitos setores de atividades que atualmente dependem de autoridade confiável, pois a tecnologia consegue eliminar intermediários.

Para De Filippi o blockchain trouxe muitas inovações. Todavia, a mais significante de todas é que ele permite que o indivíduo experimente novas estruturas organizacionais que são mais transparentes e menos hierárquicas do que as que estão acostumados. Contudo, a estudiosa jurídica afirma que há limitações à governança descentralizada.

“Defensores do blockchain alegaram que a tecnologia acabaria por promover a liberdade individual e autonomia. No entanto, na prática, existem muitas limitações para esse sonho… Ao longo dos anos, a governança das mais populares redes blockchain tornou-se altamente centralizada, e apenas algumas grandes empresas (como as principais exchanges e provedores de carteira) são responsáveis ​​por fazer o blockchain acessível ao grande público”.

Só para ilustrar como as principais redes são centralizadas, a artista usou o próprio Bitcoin. Para De Filippi a forma como o BTC opera mostra como sua governança é centralizada. Conforme explicado pela economista, apenas alguns desenvolvedores têm o conhecimento, a experiência e o poder necessários para decidir a evolução do protocolo do Bitcoin.

“Embora teoricamente descentralizado, o protocolo de validação das transações (o chamado processo de mineração) do Bitcoin tornou-se hoje altamente concentrado em alguns grandes pools de mineração, que atualmente controlam a maioria da rede”, acrescentou De Filippi.

De acordo com a estudiosa, a principal razão para essa centralização é o processo de mineração de prova de trabalho do BTC. De Filippi acredita que é necessária a intervenção governamental para que atores poderosos não manipulem o mercado. Ademais, a economista criticou a lei de oferta e demanda e afirmou que ela nem sempre pode trazer um resultado mais eficaz para uma sociedade democrática.

No entanto, o site blockchain.com mostra que nenhum pool de mineração contribui com o maior hashrate da rede do BTC. De acordo com o gráfico apresentado no site, mesmo que os maiores pools, F2Pool, Poolin e AntPool, quisessem se juntar para dominarem a rede não conseguiriam, pois, somados eles detêm 47.1% do hashrate. Isso é menor que 51%, porcentagem necessária para uma rede totalmente centralizada.

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