Bitcoin: Após segundo maior ajuste na rede, está mais fácil minerar a criptomoeda
Como muitas mineradoras de Bitcoin desligaram suas máquinas, a dificuldade de mineração de Bitcoin registrou sua segunda maior queda na história. A queda foi de 15% no dia 3 de dezembro. Isso ajudou a aumentar a rentabilidade para aqueles que ainda estão conseguindo manter suas plataformas de mineração. No entanto fortaleceu os temores de centralização.
Fernando Ulrich publicou no twitter sobre o acontecimento e divulgou na rede social uma tabela com o ranking das maiores queda na dificuldade de mineração do Bitcoin, desde a criação da criptomoeda.
#Bitcoin just had its second largest drop in mining difficulty in history: -15.1%. This is the current ranking:
2011-nov-01: -18.0%
2018-dec-03: -15.1%
2011-oct-16: -13.1%
2012-dec-27: -11.6%
2011-mar-26: -9,5%
2013-jan-26: -8.6%
2011-dec-01: -8.5%
2012-may-25: -9.2%— Fernando Ulrich (@fernandoulrich) December 3, 2018
A última vez que o Bitcoin experimentou um ajuste como este foi em 16 de outubro de 2011. A queda foi de 13,1%. Pouco mais de duas semanas depois, a rede experimentaria sua redução mais significativa. A queda de 18% em 1 de novembro de 2011.
Agora, em 3 de dezembro de 2018, a dificuldade de mineração da rede caiu 15,1%, uma vez que a lucratividade da mineração diminuiu em resposta a queda nos preços.
A dificuldade de mineração do Bitcoin é ajustada a cada duas semanas (a cada 2016 blocos, para ser preciso). Assim, pode-se manter o tempo normal de bloqueio de 10 minutos.
Isto significa que se houver muitos mineradores competindo entre si e propagando blocos em menos de dez minutos, a dificuldade do próximo quebra-cabeça será aumentada. Além disso, se houver poucos mineradores e demorar muito mais tempo para encontrar uma solução, a dificuldade diminui.
A dificuldade de mineração de bitcoin
A dificuldade de mineração do Bitcoin é o resultado gerado pela degeneração do mercado que forçou os mineradores a colocarem seu hardware em hibernação.
À medida que os preços caem, a mineração de Bitcoin se torna menos lucrativa. Isso porque as recompensas do bloco e as taxas não compensam os custos da eletricidade.
Ainda assim, se a mineração de Bitcoin não for rentável após um ajuste de dificuldade, a rede quase certamente não será paralisada. Por exemplo, as taxas de transação podem ser suficientes para ajustá-las, especialmente se as taxas aumentarem em resposta à rede ter menos mineradores e tempos de bloco mais lentos.
Com a dificuldade de mineração, os mineradores restantes devem ter um trabalho mais fácil. No entanto, Malachi Salcido, chefe da Wenatchee, uma das maiores mineradoras da América do Norte, disse à Bloomberg que apenas alguns poucos podem se manter no jogo:
- Grandes mineradoras
- Modelos de negócios muito específicos
- Custos de eletricidade extremamente baixos
No entanto, a comunidade está muito mais otimista. No passado a queda de até -18% em 2011 trouxe um aumento do preço de 150% de US $ 2 para US $ 5 em cerca de 60 dias.
É o fim do Bitcoin?
Antes do atual ajuste de dificuldade, a recente desaceleração do mercado chamou a lucratividade da mineração (e por procuração, o futuro do Bitcoin) em questão.
Os principais canais anunciaram até mesmo o fim prematuro do Bitcoin na semana passada. o site MarketWatch, por exemplo, publicou um editorial dizendo que “o Bitcoin está quase morto” e que nenhum ajuste de dificuldade pode salvá-lo.
Mas o ajuste de dificuldade foi projetado especificamente para os tempos de dificuldade de rede e mercado.
O recurso protege contra os fatores de mercado que estão forçando as mineradoras a fechar suas plataformas. Daí a razão pela qual a dificuldade se ajustou tanto em relação ao mês de novembro, que teve o pior desempenho do Bitcoin na história.
O tamanho do ajuste não é de forma alguma surpreendente. Contudo, é um lembrete saliente de que a rede é dinâmica e Satoshi Sakamoto a construiu para resistir a quedas extremas.
Sendo assim, com este ajuste, os pessimistas terão que guardar os caixões para o Bitcoin pra uma outra oportunidade!