Artigo anterior XP Investimentos deve começar a negociar Bitcoin no Brasil em 2018 Próximo artigo Home XP Investimentos deve começar a negociar Bitcoin no Brasil em 2018 XP Investimentos deve começar a negociar Bitcoin no Brasil em 2018 By Benson Toti - min. de leitura Atualizado 22 junho 2021 Atenção: Este artigo é uma colaboração de Allex Ferreira e reflete inteiramente a opinião do autor. Uma das maiores instituições financeiras do país, a corretora XP Investimentos, que possui mais de 450 mil clientes ativos e R$90 bilhões em custódia, deve começar a operar no mercado brasileiro de Bitcoin a partir do próximo ano. XP Investimentos + Itaú + Bitcoin? Em maio deste ano, a XP teve 49,9% de suas ações adquiridas pelo banco Itaú por R$6 bilhões. No início de setembro, a empresa conseguiu registrar a marca XP BITCOIN para atuar no mercado, de acordo com o site do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão que faz o registro das marcas no Brasil. No dia 25 de setembro, a Folha de S. Paulo publicou uma reportagem sobre Bitcoin, que continha uma declaração de um dos responsáveis pela nova área de Bitcoin da XP. (Link reportagem) Diz trecho da reportagem, que pode ser lida na íntegra aqui: “Não é regulado e não tem nenhuma instituição financeira grande ou FGC (Fundo Garantidor de Créditos) por trás. É de extremo risco”, afirma João Paulo Oliveira, analista-chefe de moedas criptografadas da XP Investimentos. Maior corretora do país, a XP diz ainda estar começando a olhar para esse mercado. Minha opinião sobre isso: Vejo com bons olhos a chegada de mais uma corretora, desta vez de grande porte, ao mercado. Do ponto de vista de quem atua nesse mercado como broker peer-to-peer (P2P), acredito que não vai fazer a mínima diferença nos meus negócios. Na verdade, se o Congresso brasileiro realmente criar uma regulação específica para atuação de corretoras no Brasil, como declarou o deputado Áureo nesta entrevista aqui, um aperto regulatório e aumento no compliance e na burocracia vão, na verdade, aumentar ainda mais a procura pelo mercado P2P, que é impossível de ser regulado. Para o investidor comum da XP, que está na bolsa de valor, acredito ser positiva a ampliação de possibilidades. Desses R$90 bilhões em custódia, quanto podemos estimar que serão investidos no mercado de Bitcoin? Se for 1%, já teremos um volume aproximado a um terço de tudo aquilo que o mercado brasileiro de exchanges, representado principalmente pela Foxbit, Mercado Bitcoin e Bitcointoyou, irá movimentar neste ano, conforme projeta o site bitvalor.com. Agora, se os clientes da XP investirem 5% desse total em custódia, estaremos falando de R$4,5 bilhões, o que aumentaria em muito o mercado brasileiro. Se for 10%, então, teríamos um grande salto no mercado. De qualquer forma, acredito que a XP irá começar a atuar de maneira contida, principalmente porque este é um mercado de alto risco e ela vai ter muita dificuldade em explicar aos clientes por que o Bitcoin despencou 30% de um dia para o outro, se isso acontecer eventualmente. Algumas dúvidas estão no ar sobre a maneira que a XP irá atuar no ar. Quero compartilhar com vocês os meus pensamentos sobre isso: Que tipo de corretora ela será? Vai ser como uma Bitfinex, que é uma grande corretora com um sistema parrudo? Ou vai ser do porte das corretoras brasileiras atuais? A plataforma que ela utilizará será desenvolvida internamente ou ela comprará esse sistema de um terceiro? Se for essa última opção, vejo com preocupação essa estratégia, pois é muito arriscado deixar na mão de terceiros esse tipo de plataforma. Seria muito mais inteligente desenvolver algo próprio in house. Como funcionarão as taxas e comissões aplicadas às operações na plataforma da XP? Teremos taxas de depósito, saque e execução? Ou ela criará um novo arranjo que não onere tanto o comprador e vendedor? Como o Itaú irá atuar nesse mercado? Os depósitos e contas continuarão a ser atrasados, suspensos e bloqueados? Ou o banco terá um approach mais amigável em relação ao Bitcoin? Será uma plataforma que terá um livro de ofertas de compra e venda ou será uma plataforma onde o cliente poderá simplesmente comprar e vender a um preço determinado pela própria XP? Do total de clientes da XP, quantos têm o perfil de especuladores? Quantos irão efetivamente acessar o super volátil e arriscado mercado de Bitcoin? Onde a XP vai comprar Bitcoins para dar liquidez a sua plataforma? Como sabemos, o mercado brasileiro tem oferta bastante limitada. Qual a estratégia deles em relação a isso? Como ficarão as outras corretoras que já atuam no Brasil: Foxbit, Mercado Bitcoin, Bitcoin to you e outras? A concorrência irá fazer com que essas empresas aumentem o nível de qualidade da prestação de serviço, invistam mais em suas plataformas? Ou a concorrência fará com que essas empresas percam participação no mercado e, eventualmente, possam desaparecer do mercado? Enfim, essas são algumas dúvidas que pairam sobre a minha cabeça. Mas, de maneira geral, a chegada de uma exchange desse porte no mercado de Bitcoin é uma prova que o setor está evoluindo e atraindo a atenção de investidores e especuladores de peso. Artigo escrito por Allex Ferreira (O Barão do Bitcoin). Guia do Bitcoin Link do artigo original Compartilhe este artigo Categorias Mercados Etiquetas Bitcoin