Venezuela iniciará pré-venda da sua criptomoeda estatal Petro dia 15 de fevereiro, aceitando outras criptomoedas mas não o Bolívar

Venezuela iniciará pré-venda da sua criptomoeda estatal Petro dia 15 de fevereiro, aceitando outras criptomoedas mas não o Bolívar

By Benson Toti - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

Conforme relatado pelo Guia do Bitcoin, a Venezuela vai emitir sua própria criptomoeda, denominada Petro através de uma venda de token. Dos 100 milhões de Petros, o líder venezuelano Nicolás Maduro ordenou, cerca de 38 milhões irão para investidores institucionais, em uma pré-venda de um mês que começará em 15 de fevereiro. Apenas investidores institucionais participarão da pré-venda e, segundo se informa, poderão comprar a criptomoeda com desconto de até 60%.

Segundo a Reuters, a Venezuela já revelou que aceitará criptomoedas e moedas fiduciárias durante a pré-venda. A moeda do país, o bolivar, não será aceito. Carlos Vargas, o superintendente de criptomoedas do governo, nomeado por Nicolás Maduro para “governar” o Petro e suas transações, afirmou:

“A pré-venda e a oferta inicial serão feitas em moedas fortes e em criptografia. Não vai ser feito em bolívares nesta fase (…) Nossa responsabilidade é colocar (o petro) nas melhores mãos e, em seguida, um mercado secundário aparecerá “.

Após a pré-venda de 38 milhões de dólares para investidores institucionais, 44 milhões de Petros adicionais serão vendidos ao público em geral. Vargas acrescentou que, após a pré-venda, o Petro poderia então ser trocado pela moeda local do país, que caiu contra o dólar em mais de 3.400 por cento no ano passado.

Isso contrasta um pouco a informação contida em um whitepaper, supostamente vazou do site oficial do governo. O whitepaper afirmou que apenas aqueles com acesso ao bolivar poderiam comprar o Petro, e que a cadeia de bloqueio da criptografia seria pública. O governo venezuelano denunciou que o whitepaper continha informações falsas, pois o real “em breve” será tornado público.

Conforme relatado, o Petro é uma cryptocurrencia com respaldo de petróleo anunciada no final do ano passado. Embora o token da Petro esteja preparado para suportar as reservas de petróleo do país, os titulares não poderão trocar moedas pelo óleo real. A criptografia com suporte de petróleo foi rotulada como uma maneira de contornar as sanções dos EUA, e o Tesouro dos EUA advertiu recentemente os americanos que investir nele podem significar que estão violando as sanções.

O congresso venezuelano da oposição proibiu o Petro de Maduro, como um instrumento “ilegal e inconstitucional”. A criptografia é vista como um esforço para “hipotecar ilegalmente” as reservas de petróleo do país.

Venezuela declara “legal” mineração de criptomoedas

Notavelmente, Carlos Vargas também disse que aqueles que extraem outras criptomoedas na Venezuela não estão fazendo nada ilegal. Segundo ele, a atividade é “agora perfeitamente legal”. Ele revelou:

“Tivemos reuniões com o Supremo Tribunal para que as pessoas que tenham sido vítimas de apreensões e prisões em anos anteriores terão acusações indeferidas”.

Muitos no país usaram criptomoedas para sobreviver a falhas governamentais, conforme coberto pelo Guia do Bitcoin. No ano passado, o governo emitiu uma repressão às criptomoedas que, entre outras ocorrências, viu os mineradores serem presos pelas autoridades e um centro de mineração bitcoin sendo destruído.

Em um ponto, o provedor de serviços de internet do país, o CANTV, bloqueou sites e bancos de mineração relacionados a bitcoins. Além disso, a maior exchange do país, a SurBitcoin, teve que encerrar temporariamente as operações, já que o banco Banesco fechou sua conta.

Via: CCN.com