HomeUma economia vibrante e sem BANCOS!!! A história se repetirá com o Bitcoin? Tomara que sim!

Uma economia vibrante e sem BANCOS!!! A história se repetirá com o Bitcoin? Tomara que sim!

Melissa Eggersman

Felix Martin, autor do livro “Dinheiro – Uma Biografia não autorizada: da cunhagem à criptomoeda”, p. 31-36, conta uma história muito interessante ocorrida em 1970 na Irlanda. Um grave desentendimento entre bancos e bancários fez com que os bancos viessem a simplesmente fechar e deixar de operar no país a partir do 1º de maio daquele ano.

A razão do desentendimento era a questão salarial em função do custo de vida e da inflação naquele lugar e período da história. Antes do anúncio do fechamento dos bancos, houve saques expressivos da parte de empresários do país todo em função da crescente tensão no setor. Além disso, as pessoas já tinham acesso a cheques.

Em função da capacidade das pessoas em fazer suas transações com as notas retiradas aos montes e com os cheques,  a solução da crise veio a ser postergada, uma vez que em meio à situação que poeria ser absolutamente “caótica”, se diz que

“as transações ocorriam normalmente e os cheques continuavam a ser trocados, quase do mesmo jeito de sempre. A única diferença era que os cheques não poderiam ser descontados nos bancos. […] Com o fechamento do sistema bancário, os cheques não passavam de promissórias assinados por pessoas físicas ou jurídicas. Os vendedores que os aceitavam faziam-no com base na sua própria avaliação de crédito do comprador. […] Para o sistema funcionar, os recebedores tinham que confiar que os cheques dos pagadores não seriam (posteriormente) devolvidos – tudo sem uma ideia clara de quando os bancos reabririam para permitir-lhes descobrir” (Idem, p. 33-34).

O sistema não era perfeito, mas representou uma solução econômica local capaz de fazer a economia da Irlanda funcionar sem a necessidade da própria existência dos bancos por longos seis meses e meio. A conclusão, nas palavras do autor do livro, é que ali houve “um sistema de crédito altamente personalizado, sem um horizonte de tempo definido para a compensação de débitos e créditos, que tomou o lugar do sistema bancário institucionalizado existente” (Idem, p. 35).

Nem é necessário se esforçar demais para perceber as implicações de um fato histórico dessa natureza para o potencial da tecnologia do Bitcoin e das criptomoedas. O sistema de compensação de tais moedas digitais descentralizadas é altamente eficiente, está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, basta ter acesso à internet, ou às vezes nem disso precisa. Além de tudo isso, as trocas podem ocorrer através de dispositivos móveis quase onipresentes no mundo hoje. As criptos possibilitam o acesso a formas de transações intercontinentais a um custo mais baixo do que as transações locais realizadas pelos bancos (divida toda as taxas que você paga para ter sua conta bancária, por todas as transações que você faz e veja a taxa de cada negociação).

A confiança numa avaliação subjetiva do “real crédito” de um cliente desconhecido é substituída pela certeza da criptografia de ponta, sendo validada por uma rede descentralizada onde ninguém tem o poder de burlar o sistema. A descentralização aliada à tecnologia é poderosíssima e pode substituir os bancos com imensa facilidade, ainda que na prática o rechaço do sistema financeiro atual, aliado aos reguladores, pode não representar uma barreira tão pequena ao final das contas.

A história na Irlanda diz que ao invés de matar a economia, a ausência do sistema bancário intensificou as atividades econômicas entre as pessoas e as empresas que tiveram que usar a criatividade e a confiança para minimizar os efeitos da total inexistência dos bancos por grande período.

Isso tudo indica que a sociedade pode ser, sim, economicamente ativa, inclusive intensamente, sem depender dos bancos pra absolutamente nada. Em resumo, toda a filosofia do Bitcoin e das Criptomoedas sobre essa tema está correta e tem precedente prático. Agora, que venha a Irlanda de 1970 sobre o mundo todo!

Ezequiel Gomes

Guia do Bitcoin

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