Problemas econômicos impulsionando a adoção do criptomoedas na Argentina

Muitos argentinos mudaram seu foco de investimento para criptomoedas à medida que a economia cai

O número de usuários argentinos de criptomoedas tem aumentado nos últimos 12 meses, como relatado pela AFP. Cada vez mais pessoas no país estão inundando o setor das criptomoedas, com a maioria favorecendo o Bitcoin. A economia da região tem estado em uma espiral descendente, um fator que o relatório diz ter motivado os cidadãos a adotarem as criptomoedas.

Maximiliano Hinz, o chefe do Binance na América Latina, relata que houve um aumento de dez vezes nas contas comerciais ativas de criptomoedas na região.

Segundo um relatório publicado pela AFP News, a moeda soberana do país vem perdendo valor continuamente. A taxa de inflação nos últimos três anos está atualmente em 45%. O Produto Interno Bruto (PIB) também teve um curso semelhante, caindo 9,9% no ano passado.

No passado, os residentes recorreram frequentemente ao dólar americano como uma forma de combater a inflação na moeda local. No entanto, na situação atual, não há praticamente nenhuma esperança para o dólar americano. A difícil situação econômica do país é agravada por um limite de compra mensal de dólar americano imposto pelo governo de 200 dólares.

Com apenas algumas opções para salvar a atual circunstância, os residentes canalizaram seus fundos para Bitcoin, Ethereum, Tether e Dai. Hinz estima que existam cerca de dois milhões de contas comerciais registradas no país. Para contextualizar isto, a população total do país é estimada em 46 milhões em 2021.

Também é relatado que muitos residentes estão agora usando ativos digitais para pagar pela maioria de suas mercadorias. Não há praticamente nenhuma restrição sobre quais bens ou serviços podem ser comercializados usando criptomoedas, e os argentinos aproveitaram esta oportunidade. Indústrias como a imobiliária, onde anteriormente o dólar americano era dominante, agora se abriram para as criptomoedas. A plataforma local de comércio eletrônico, Mercado Libre, confirmou que estaria apoiando os pagamentos de Bitcoin por bens imóveis no país.