Pesquisador do MIT afirma: “O Bitcoin é uma receita para o desastre”

Pesquisador do MIT afirma: “O Bitcoin é uma receita para o desastre”

By Ruchi Gupta - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

Silvio Micali é professor e diretor do Departamento de Engenharia Eletrônica e Ciências da Computação do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Recentemente ele recebeu o prêmio Fundação BBVA Fronteira do Conhecimento na categoria de Tecnologias da Informação e Comunicação.

O pesquisador do MIT dedicou 30 anos dos seus estudos sobre a criptografia, talvez se não fosse toda sua dedicação no campo da Engenharia Eletrônica e Ciências da Computação, provavelmente não existisse a Blockchain e as criptomoedas.

Sua opinião é muito clara sobre o Bitcoin:

“Sou muito otimista sobre a oportunidade que as criptomoedas representam para mudar o mundo e a maneira que facilitaram as transações entre nós. Mas não acho que o Bitcoin é a solução que estamos procurando”.

Numa entrevista ao jornal El País, ele explicou seu ponto de vista. Ele acredita que as criptomoedas ainda tem muito a melhorar e que o Bitcoin é apenas uma peça de um grande quebra-cabeça, segundo ele ainda há muito a ser feito. Em sua explicação sobre o que falta as atualmente as criptomedas é, escalabilidade, descentralização e segurança. De acordo com ele o que falta no Bitcoin é que a principal criptomoeda não é escalável: “É necessário milhares de transações por segundo. O Bitcoin pode produzir no máximo nove transações por segundo. E depois?

Os sistemas centralizados tem facilidades para serem invadidos, porque têm somente uma fonte, “Se houver um ataque, o serviço para”. O Bitcoin é controlado por três ‘mining pools’. Está tudo centralizado.

Sua teoria é que é necessário a criação de uma nova criptomoeda, segundo ele o bitcoin favorece a “corrupção” e que as criptomoedas estão condenadas, pelo fato de não serem, escaláveis, descentralizadas e seguras, mas também por que, gasta muita energia no processo de mineração: “Isso é um grande custo financeiro e esquenta o planeta”.

Depois de achar tantos defeitos nas criptomoedas, Silvio Micali decidiu criar sua própria criptomoeda, a Algorand. Ele explicou que a sua criptomoeda, utiliza um modelo de propostas e acordos que pode ser usado na tomada de decisão quando for necessário mudar algo.

Se a maioria de uma amostra selecionada aleatoriamente estiver de acordo, é possível fazer progressos muito rápidos. No Bitcoin não há a possibilidade de determinar o que a maioria do dinheiro quer.

Sua relação com as criptomoedas e especialmente com o Bitcoin não é só criticas, ele acredita que as novas criptomoedas reagirão muito melhor e conseguirão grandes valorizações.

Talvez o Bitcoin seja suficiente para continuar existindo como um investimento, como um depósito de valor, mas não como um meio de intercâmbio. Não dá para fazer nada com nove transações por segundo.

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