O fim da burocracia? Santander afirma que o Bitcoin é uma ameaça para Bancos e cartões de crédito

O fim da burocracia? Santander afirma que o Bitcoin é uma ameaça para Bancos e cartões de crédito

By Benson Toti - min. de leitura
Atualizado 03 junho 2020

A filial do grupo bancário espanhol, o Banco Santander, está prevendo que o bitcoin vai ter um impacto significativo sobre o “legado” do ecossistema financeiro atual e que terá cada vez mais uma adoção mais ampla.

O relatório, publicado no início desta semana, decorre de uma reunião envolvendo pesquisadores do Santander, da Santander Investment Securities, da exchange brasileira de, o Mercado Bitcoin e investidores locais. Embora curta, a publicação oferece uma visão sobre os riscos (ou oportunidades) de cartão de emissores, adquirentes, intercâmbios e bancos teriam de enfrentar em um futuro se o uso da moeda digital, o Bitcoin, torna-se algo mais comum, mais mainstream.

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Imagem: reprodução

Talvez o maior risco, de acordo com o relatório, seja para os emissores de cartão e adquirentes.

Os pesquisadores Henrique Navarro e Bruno Mendonça observou:

“Simplesmente, nós acreditamos que um futuro com transações Bitcoin com seus baixos (ou não), os custos e taxas colocam em risco todo o modelo de negócio das empresas de crédito e débito. Adquirentes, como Cielo (através MDRs líquido e receita POS) e bancos emissores (através de taxas de intercâmbio) potencialmente poderiam sofrer mais, em nossa opinião.”

Especificamente, o relatório identifica longos tempos de transação, custos operacionais e custos associados e os impostos como fatores que iria colocar emissores e adquirentes em desvantagem.

“O risco aumenta à medida que mais e mais comerciantes e fornecedores passam a aceitar bitcoins como forma de pagamento”, acrescenta o relatório.

Impacto sobre as bandeiras de cartões e bancos

O relatório examina o impacto potencial sobre os bancos, oferecendo uma visão ampla do trabalho recente de grandes instituições financeiras para testar e experimentar as várias aplicações blockchain.

Notavelmente o destaque é o sistema de liquidação blockchain recentemente criados pela UBS, BNY Mellon, Deutsche Bank e Santander.

Os autores do relatório afirmam:

“Acreditamos que o conceito do blockchain tem o potencial de redefinir as transacções de dinheiro no mundo bancário, aproveitando o poder das redes informáticas descentralizadas para eliminar o processo difícil, demorado e caro das negociações entre os bancos. Bem como reduzir os custos de transação, operacionais, de TI e requisitos de capital – todos aqueles que poderiam mudar de uma forma material, para digital, no nosso ponto de vista”.

As principais marcas de cartões, também, estão a colher as vantagens da tecnologia blockchain, de acordo com o relatório.

Empresas como Visa e MasterCard, entre outras, “poderiam se beneficiar” com o uso da blockchain para diminuir o custo da transação, TI e custos de back-office, escrevem os autores.

Transações internacionais e taxas

O relatório também destaca uma iniciativa recente lançado pela Visa para testar pagamentos interbancários, indicando que tais sistemas poderiam ameaçar a supremacia do pagamentos interbancários da rede SWIFT global.

“Em nossa opinião, é definitivamente um desafio para SWIFT (sistema de pagamento interbancário dos bancos)”, afirma o relatório.

Fonte: Coindesk
Adaptação e Tradução: Guia do Bitcoin