HomeMinistro da Justiça Húngara propõe que moedas virtuais podem ser confiscadas de suspeitos

Ministro da Justiça Húngara propõe que moedas virtuais podem ser confiscadas de suspeitos

março 15, 2017 Por Benson Toti

A nova lei do processo penal húngaro tornará possível confiscar Bitcoins e outras moedas virtuais de suspeitos, mesmo nos estágios iniciais do processo criminal.

Especialistas afirmam que a nova proposta de lei, que foi disponibilizada para leitura em fevereiro, está de acordo com os regulamentos internacionais de combate à lavagem de dinheiro, mesmo no campo das criptomoedas.

Vigilância em massa

Imagem: reprodução

De acordo com especialistas, a aprovação da lei vai mudar fundamentalmente a face do processo criminal e fará fiscalização de massa legal na Hungria.

As autoridades serão capazes de usar vigilância secreta, vigilância de dados em massa, hacking de telefone e computador quando “suspeita razoável” surge contra um suspeito.

A proposta do Ministério da Justiça húngaro foi enviada ao Parlamento húngaro no início de fevereiro. O novo projeto de lei, se aprovado, permitirá que as autoridades confisquem dados eletrônicos, moedas eletrônicas e virtuais, como Bitcoin e Ethereum.

O Presidente da Câmara designou a proposta governamental para debate no Comitê de Legislação. Assim, a Assembléia Nacional tem a obrigação de debater os projetos de lei apresentados pelo Governo. Por sua vez, o comitê designado decide se será ou não debatido pela Assembleia Nacional.

De acordo com as fontes, o Comitê de Legislação aprovará o projeto de lei em plenário. É raro que o Parlamento anule a posição adoptada por uma comissão. Fontes informaram que a nova proposta do código de processo criminal será aprovada pela Câmara em junho de 2017.

O novo código penal tornará possível – se houver uma suspeita razoável – confiscar as moedas virtuais do suspeito, bem como dados eletrônicos, como chaves digitais, e toda a carteira digital.

Estado de vigilância mais liberal do que britânico

Da proposta, não está claro como ele será realizado na prática. Embora a nova proposta mencione os direitos do suspeito, as autoridades terão muito mais possibilidades de coletar provas digitais em segredo. No entanto, de acordo com especialistas legais, o novo projeto de lei é muito mais liberal e elaborado legalmente do que a Lei de Poderes de Investigação na Grã-Bretanha.

A coleta secreta de provas digitais, feita pelos serviços secretos húngaros e autoridades legais, será possível implementar contra criminosos cibernéticos, lavadores de dinheiro, hackers e também carders, nos estágios iniciais do processo criminal.

De acordo com as fontes, a categoria chave nestes casos é “suspeita razoável”. Isto significa que se um suspeito levanta a evidência criminal digitalmente e se torna conhecido pelas autoridades, a fase de investigação do processo criminal começa.

Sob investigação, o suspeito pode ser monitorado eletronicamente.

Isto significa que, sob condições legais estritamente regulamentadas, os poderes de vigilância estarão à disposição dos serviços de informações e da polícia. A proposta, se for aprovada, legaliza o hacking pelas agências de segurança nos computadores e telefones móveis do suspeito e permite o acesso a massas de dados pessoais armazenados.

E, se houver evidência suficiente, as moedas virtuais como Bitcoin, Ethereum, ou até mesmo o Dash podem ser apreendidos pela polícia.

Via: Cointelegraph
Adaptação/Tradução: Guia do Bitcoin
Imagens: Freepik/Reprodução

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