Mineradores da China começam o “êxodo” em meio a pressão do governo

Mineradores da China começam o “êxodo” em meio a pressão do governo

By Ruchi Gupta - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

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Algumas notícias começaram a surgir indicando que a China quer diminuir as operações de mineração de bitcoin no país, restringindo seu acesso à eletricidade. Tal pressão, pode não afetar todos os mineradores, já que o Banco Popular da China definiu apenas um plano que afeta uma pequena parte de todas as empresas de mineração. Parte do plano também envolve o acompanhamento da eletricidade consumida por operações de grande porte e irá analisar se estão afetando injustamente os preços da energia nas áreas ao seu redor. Um funcionário da província de Xinjiang disse ao Wall Street Journal que o governo chinês emitiu avisos às agências locais.

Em antecipação de uma política tão restritiva que está sendo implantada, líderes da indústria com operações de mineração expansivas já estão examinando outras opções no exterior. Jiang Zhuoer, fundador da terceira maior “pool” de mineração de bitcoin da China, BTC.TOP, revelou em uma entrevista à Bloomberg que a empresa “escolheu o Canadá por causa do custo relativamente barato e a estabilidade do país e das políticas”.

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De acordo com Wu Jihan, CEO da empresa chinesa Bitmain, sua empresa é responsável pela produção de cerca de 70% de todos os hardware de mineração bitcoin atualmente em uso. A Bitmain também administra dois dos maiores bancos de mineração de bitcoins da China e atualmente está movendo sua sede para Cingapura. Também conseguiu configurar suas operações nos Estados Unidos e no Canadá. Com base em um relatório do jornal suíço Handelszeitung, a Bitmain também estabeleceu uma filial na Suíça, que segundo um porta-voz da empresa disse que foi escolhido porque é “um dos países mais progressistas … com boa estabilidade”. Da mesma forma, a ViaBTC, a quarta maior empresa de mineração também está “diminuindo” sua dependência da China iniciando suas operações de mineração na América do Norte e na Islândia.

Philip Gradwell, economista chefe da Chinalysis Inc, afirmou em entrevista ao Wall Street Journal:

“Se a China realmente “desligar” toda a energia de repente, pode haver um alto nível de ruptura. É muito difícil estimar quão grande seria esse impacto.”

Ele também acredita que o bitcoin poderia enfrentar instabilidade, pelo menos por algumas semanas, antes que a rede pudesse reajustar a taxa de mineração de novas moedas.

Arthur Hayes, CEO da exchange chinesa de criptomoeda BitMEX, disse:

“Eu não acho que os mineradores estejam parados de braços cruzados. Algumas pessoas já estão saindo da China.”

A China, sendo uma nação industrial, oferece às empresas eletricidade barata entre outras utilidades. Esta é uma consideração especialmente importante, uma vez que Digiconomist estima que o consumo de energia anual devido à mineração de bitcoin é um assombroso 37,8 TWh, superando o consumo total de várias nações, ou o consumo de 3,5 milhões de famílias médias dos EUA. As atividades de mineração são, portanto, apenas lucrativas no caso de a eletricidade disponível para as empresas forem muito baratas. A China pode oferecer tais descontos nos preços da energia devido ao seu enorme investimento em carvão e energia hidrelétrica.

Estudos têm demonstrado repetidamente que os mineradores de bitcoin chineses representam uma porcentagem bastante grande do número total de mineradores de bitcoin em todo o mundo. Na verdade, 71% de toda a mineração de bitcoin são baseados no país, pelo menos a partir de meados de 2017. A repressão do governo chinês às ofertas iniciais de moedas (ICOs) e criptomoedas em setembro de 2017 pode ter dissuadido alguns deles, mas o país ainda é o lar de grande parte da industria de mineração.

O hardware do ASIC (Application Specific Integrated Circuit) utilizado na mineração de bitcoin e outras criptomoedas, também são quase exclusivamente fabricados na China, tornando-o facilmente acessíveis para grandes empresas de mineração. Como um todo, os chineses têm um monopólio relativamente grande sobre o ecossistema de mineração, tanto em termos de mercado quanto de fabricação.

A pressão do governo da China em proibir mineração de bitcoin, mesmo seletivamente, é uma resposta a relatórios recentes que indicam a escala e extensão do consumo de energia devido à mineração de bitcoin. À medida que o ecossistema de criptomoedas cresce e o uso do bitcoin aumenta, o consumo de eletricidade só deverá continuar aumentando com o tempo.

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