Mais pessoas abrem contas para negociar criptomoedas do que ações tradicionais no Brasil

Mais pessoas abrem contas para negociar criptomoedas do que ações tradicionais no Brasil

By Melissa Eggersman - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

Os brasileiros nunca perdem uma tendência tecnológica. Eles raramente estão na frente, mas quando eles seguem, eles seguem de verdade e ficam com ela. Dentro da América Latina, procure o Brasil para ser o líder da criptomoeda tanto do lado regulatório quanto do lado do desenvolvimento. No momento, mais pessoas estão abrindo contas de criptomoedas no Brasil do que as contas de corretagem tradicionais.

O Brasil pulou no movimento Bitcoin. Não está saindo até que as quatro rodas caiam.

Um ano atrás, uma exchange chamada Foxbit tinha cerca de 100.000 usuários registrados. Hoje, ele negocia cerca de 2.000 Bitcoins de e para o real e tem uma participação de mercado de 36%. Eles também têm 400 mil usuários registrados, dos estimados 1,4 milhão que abriram contas com eles e seus três principais concorrentes em menos de dois anos. Compare isso com os cerca de 600 mil que têm contas de corretagem de ações e está claro: os brasileiros descobriram a criptomoeda. Em 2016, os brasileiros movimentaram US $ 160 milhões em Bitcoin. No ano passado, atingiu cerca de US $ 2,4 bilhões.

“Para os caras que costumavam esconder dólares embaixo de seus colchões, agora eles estão escondendo em Bitcoin”, diz Eduardo Ferreira, diretor de desenvolvimento de negócios internacionais da Foxbit em Londres. “É estudantes que compram isto. São os motoristas de ônibus de 60 anos de idade “, diz ele.

No início deste ano, a Comissão de Valores Mobiliários do Brasil, a CVM, proibiu os fundos de investimento registrados de negociarem moedas criptografadas. Eles esclareceram sua declaração pouco depois, permitindo a propriedade indireta. Isso significa que os brasileiros poderiam investir em fundos que tinham participações em fundos investindo em criptomoedas. As regras deveriam ser feitas este mês, mas a partir de quarta-feira nada foi divulgado.

Como aqui nos EUA, os disruptores estão muito à frente, e à medida em que o mercado cresce, a CVM vai estar mais em sintonia com seus impactos sobre corretoras tradicionais, bancos e, claro, sobre os brasileiros defraudados por comerciantes. O mercado está crescendo rapidamente, então tudo pode acontecer na frente regulatória. Por enquanto, há poucas oportunidades de investir em criptomoedas, e a maior parte delas está no Bitcoin. Mas à medida que o mercado cresce e mais moedas serão oferecidas, os reguladores podem seguir outros países e recuar a qualquer momento.

Enquanto isso, empreendedores experientes estão construindo mini-impérios de criptos.

Rodrigo Marques é um exemplo de um empresário de tecnologia brasileiro que saiu na frente da tendência. Ele agora tem mais dinheiro na ponta dos dedos do que ele jamais imaginou. Em 2015, após sair de um empreendimento fracassado com Bitcoin em Honduras, desempregado voltou a viver com seus pais e criou um algoritmo baseado em Bitcoin para solucionar ineficiências de mercado no sistema de exchanges em geral. Seu caminho de um adulto que voltou a viver com os pais a ser um “milionário cripto” soa demais até agora: um cara técnico que sabe como código trata-se com esta nova maneira de colocar um 0 e 1 juntos e yadda yadda yadda, ele é um cara rico.

Dois anos depois de trabalhar em um algoritmo, Marques tem 107 funcionários e administra uma das maiores empresas de criptografia da América Latina, a Atlas Quantum. Sua estratégia é simplesmente negociar as discrepâncias no mercado Bitcoin, comprando uma bolsa e vendendo-a um pouco mais em outra. Soa quase como o tipo de um “gênio” seria de esperar de brasileiros, um pouco de ginga, um pouco de jeitinho, se não fosse o fato de que muitos sul-coreanos e japoneses estão fazendo a mesma coisa.

Para servir como um exemplo da amplitude da crescente capacidade de crescimento do Bitcoin no Brasil, a Atlas alega que tinha apenas 1.000 clientes em junho passado. Um ano depois, eles dizem ter 150.000 clientes. Nem todos eles têm dinheiro no mercado de criptomoedas neste momento. Mas Marquess estima que cerca de 10% deles, com uma média de US $ 2.000 investidos.

“Eu me lembro em outubro de 2017, quando atingimos o limite de nosso primeiro milhão de dólares em Bitcoin sob gestão”, diz Marques. Eles detêm bitcoins para seus clientes, mas eles não são uma empresa de investimento registrada ou fazendo chamadas de investimento em criptos. “Agora temos mais de US $ 35 milhões sob administração, mesmo com o colapso do Bitcoin”, diz Marques. “Estamos fazendo arbitragem, apenas com um algoritmo. É um comércio não direcional que ganha dinheiro com as ineficiências e com a volatilidade inerente a esse novo e global sistema de comércio de criptomoedas. ”

No início desta primavera, o programa de assuntos atuais da noite de domingo, o Fantástico, foi ao ar para falar doosegmento das criptomoedas, primeiro para público mais amplo. Isso significa que, no Brasil, o Bitcoin é agora uma “coisa” real. É apenas uma questão de tempo até que um romance da Globo tenha um milionário cripto descrito no roteiro.

Como todas as indústrias, a das criptomoedas agora tem um lobista. Fernando Furlan é o ex-chefe da divisão anti-truste do Brasil, conhecida por sua sigla CADE. Ele dirige a Associação Brasileira de Criptomoedas e Blockchain. Ele é a arma contratada da indústria nascente; contratado para colocar os legisladores e os reguladores na mesma página. Ou reunir as informações necessárias para alertar sobre proibições e desvios, caso elas apareçam. É uma tela em branco lá embaixo. Muito poucos políticos sabem o que é uma blockchain. Eles ouviram falar do Bitcoin. Não se atreva a dizer Litecoin. Isso é muita informação.

O Banco Central do Brasil, por outro lado, está envolvido nisso. Eles estão desenvolvendo sua própria plataforma blockchain. A CVM tem um grupo de trabalho discutindo regulamentações para investir em ativos de criptomoedas. Todos suspeitam que, na melhor das hipóteses, seguirão a liderança do Japão, os EUA. levar com certeza

“Alguns meses atrás eu diria que a CVM era negativa sobre as criptos, e agora, se você me perguntar, eu diria que eles são neutros sobre isso”, diz Furlan. “O que é bom.”

E o que também coloca o Brasil na linha de seus homólogos do BRIC. A Rússia era negativa e agora é neutra, com centenas de russos expatriados trabalhando em todo o mundo em startups blockchain ou no mercado de oferta inicial de moedas (ICO). A China proibiu trocas e investimentos no mecanismo de captação de recursos da OIC, e o Banco da Reserva da Índia também se manifestou contra as exchanges de criptomoedas. Em comparação, o Brasil parece otimista.

Pelo menos duas novas exchanges de criptomoedas estão em andamento. A XP Investments, sediada em São Paulo, seria a maior participante de marca do mercado e a primeira do setor tradicional de títulos a entrar no mercado. Em novembro passado, eles realmente criaram uma posição para um analista de investimentos em ativos de criptomoedas.

Os recém-chegados ao CryptoHub estão emitindo sua própria moeda, arrecadando dinheiro e indo atrás do Foxbit, oferecendo-se para negociar com outras moedas top no mercado (altcoins).

“Eles podem facilmente ser a Binance do Brasil”, diz Chad Anderson, um dos assessores da startup e fundadora da Oceanside Digital Assets em Los Angeles. A Binance emitiu sua própria moeda como um token de utilidade usado para descontos nas taxas de câmbio. O CriptoHub espera ser o melhor caminho para as startups latino-americanas que eventualmente embarcarem no trem das ICOs. O mercado das ICOS é novo no Brasil. Mas se o passado é um guia, o Brasil se adaptará rapidamente a essa parte do negócio de captação de recursos. “À medida que a adoção global em massa [da criptografia] se acelera, quero ter uma posição segura no Brasil”, diz Anderson.

Se isso acontecer, a criptografia injetará vida nova no mercado de startups relativamente pequeno do Brasil. São cerca de 150 novas empresas construindo plataformas blockchain para projetos de educação e fintech. Os dois produtos – blockchain e criptomoedas – nem sempre andam de mãos dadas. Mas onde há Bitcoin existe um desenvolvedor blockchain em algum lugar. E onde há um desenvolvedor de blockchain, há uma série de empresas observando o que essa Web 3.0 significa para sua indústria.

A Bossa Nova Investimentos, empresa de capital de risco de microempresas, está trabalhando com a Tokenização em Miami para criar ICOs de startups brasileiras, algumas delas no espaço blockchain.

“As criptos estão transformando todos em investidores”, diz Fred Wilson, sócio da Urban Square Ventures, algumas das empresas apoiadas por eles são CryptoKitties, Coinbase, Soundcloud e Foursquare para citar alguns de seus maiores sucessos.

Furlan acha que o mesmo vale para os brasileiros.

“É fácil entender por que tantos estão interessados ​​nisso”, diz ele. “Esta é uma nação de renda baixa e da classe trabalhadora, e eles não têm corretores de ações. Eles ouviram sobre como essa coisa chamada Bitcoin está enriquecendo as pessoas. As Criptos estão introduzindo uma classe inteira de pessoas no Brasil para investir”.

(Kenneth Rapoza)

Fonte: https://www.forbes.com/sites/kenrapoza/2018/05/30/more-people-opening-crypto-trading-accounts-in-brazil-than-traditional-securities/#7046915a7e21

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