Na próxima semana, pela segunda vez, a maior conferência blockchain do mundo retornará a Singapura. O BlockShow Asia 2018 reunirá cerca de três mil entusiastas de mais de 50 países.
Neste ano, a programação de dois dias é apenas o destaque de uma semana cheia de eventos focados no blockchain, que os organizadores apelidaram de “Asia Blockchain Week”. Isso deve proporcionar uma pausa em um cenário de queda dos preços do mercado de criptomoeda e sensação geral de ansiedade em toda a indústria.
Addy Crezee, fundador do evento, compartilhou as principais ideias sobre o que esperar no BlockShow Asia e o setor de forma mais ampla. Confira trechos da entrevista concedida a Forbes:
Qual é o principal problema com grandes conferências dedicadas ao blockchain? (Por exemplo, algumas pessoas ficaram desapontadas com o Consensus Singapore.)
O problema é que há muitas conferências sem enfoque particular, exceto ‘reunir pessoas’ para que os patrocinadores vejam a multidão. Não há foco em trazer valor, apenas atrair pessoas para os eventos.
Como você está trabalhando para melhorar o formato das conferências blockchain? O que foi feito para este evento?
Estamos nos concentrando nos problemas que os projetos têm agora. É o financiamento (investidores reais), desenvolvimento e regulamentação. O terceiro especialmente é crucial para o mercado. As ofertas iniciais de moedas (ICOs) não são o caminho a percorrer, o mercado não é regulamentado e a estagnação é o resultado. Queremos ajudar as pessoas a encontrar financiamento de investidores inteligentes para desenvolver seus projetos corretamente. No momento, não existe uma resposta adequada para a forma como os projetos são gerenciados após o financiamento. Muitos deles não estão se desenvolvendo da maneira prometida.
O negócio da conferência é lucrativo, embora com a enorme quantidade de negatividade que atualmente envolve o espaço?
2017 foi o ano dos lucros. Em 2018, você precisa desenvolver a estratégia certa e ser muito diligente nos gastos. Quando você faz certo, é lucrativo.
Este é o seu terceiro evento este ano. Como foi o ano passado?
Quando você está fazendo três grandes eventos em três partes diferentes do mundo (Europa, América e Ásia) em um ano, você obtém um enorme marketing. Isso nos ajudou a ter pessoas conversando e discutindo o BlockShow; é uma marca real, agora e uma das conferências blockchain mais reconhecidas do mundo. Isto não é um exagero; apenas um fato. Eu não vou nem divulgar o número de participantes ou os fundos arrecadados pelas startups no BlockShow. O principal resultado é o relacionamento entre as pessoas. É ótimo conhecer pessoas e depois perceber que elas estão trabalhando juntas, porque se conheceram no evento.
Que tipo de tendências você vê na indústria e qual é o futuro das conferências blockchain em 2019? O que vem depois do Blockshow?
Atualmente, elas são mais específicas para objetivos e públicos, como desenvolvedores, comerciantes e investidores. No futuro, elas serão entregues por equipes focadas em valor, não em marketing ou apenas fazer dinheiro. Agora, as coisas estão mudando. Você não verá muitos eventos acontecendo no próximo ano em comparação com 2018, a menos que os preços disparem novamente, o que não é realista.
Por que Singapura está sendo chamado de novo hub blockchain na Ásia e o que isso significa para a economia local?
Eu nunca ouvi falar de um hub de blockchain na Ásia. Tem sido assim desde, pelo menos, 2016 ou 2017. Além disso, a Ásia está constantemente desenvolvendo sua estrutura regulatória para que empreendedores, clientes e investidores saibam como construir projetos e relacionamentos. Só leva tempo, mas Singapura tem sido um verdadeiro lugar de blockchain desde o começo. Tecnologias emergentes e fintech sempre foram cruciais para a economia local. Lógico que se você realmente quer construir algo em longo prazo, você tem que estar presente aqui.
