FMI propõe criação de moedas digitais para frear crescimento de criptomoedas

FMI propõe criação de moedas digitais para frear crescimento de criptomoedas

By Hassan Maishera - min. de leitura
Atualizado 03 junho 2020
Imagem: reprodução

O Fundo Monetário Internacional (FMI) lançou um documento no qual deixa claro suas preocupações com relação ao enorme crescimento das criptomoedas. Em outras palavras, o órgão deseja que bancos centrais desenvolvam suas próprias moedas digitais para tentar frear o avanço das criptomoedas.

O FMI sugere a regulamentação do mercado digital de moedas a médio prazo, ainda que não apresente propostas claras de como isso poderia ser feito.

Os principais tópicos do documento são:

– As barreiras entre intermediários, mercados e novos provedores de serviço estão desfocadas.

– Barreiras de entrada estão mudando, sendo reduzidas em alguns casos mas aumentadas em outros, especialmente quando o crescimento de grandes redes fechadas reduzem a concorrência.

– Confiança permanece essencial, ainda que exista menos apreço pelos intermediários financeiros tradicionais e mais por redes e novos tipos de provedores de serviço.

– Tecnologias podem aprimorar transações transfronteiriças, oferecendo serviços melhores e mais baratos, reduzindo o custo de investimentos no combate à lavagem de dinheiro e combatendo o financiamento de ações terroristas.

Ainda de acordo com o documento, “de forma geral, o setor de serviços financeiros está mudando. Porém ainda é cedo para afirmar se este processo será uma evolução ou uma revolução. A criação de políticas deverá ser algo ágil, experimental e cooperativo”.

Por mais que o FMI busque camuflar simpatia às novas diretrizes de mercado em desenvolvimento, sua ideologia protecionista é bastante clara. O Brasil fechou acordo ano passado para emprestar R$ 10 bilhões ao órgão, se necessário, ainda que esteja enfrentando uma dura recessão financeira.

Durante as décadas de 1980 e 1990, para não quebrar, o país teve de pedir diversos empréstimos ao FMI. Em 2005, mais da metade do produto interno bruto (PIB) do país ficou comprometido à dívida não apenas com esta, mas com outras entidades financeiras de apoio mútuo a países em desenvolvimento.