EUA: Criptomoedas podem facilitar o financiamento do terrorismo

EUA: Criptomoedas podem facilitar o financiamento do terrorismo

By Adolph Obasogie - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

O Committee Financial Services dos EUA está preocupado com o uso de criptoativos para o financiamento de crimes de ódio. Além disso, há uma grande preocupação com a forma que os ativos digitais podem financiar extremismo doméstico nos EUA.

O relatório foi apresentado pelo Subcomitê do FSC em uma audiência de 15 de janeiro. A sessão contou com cinco testemunhas que relataram os métodos de recursos usados ​​por extremistas domésticos organizados.

A audiência intitulada “Ameaça persistente e em evolução: um exame do financiamento do terrorismo e extremismo doméstico”, apontou os criptoativos como uma das principais ferramentas utilizadas por grupos terroristas financiarem suas atividades. Também, segundo o relatório apresentado, o Facebook e Telegram são os canais mais utilizados para a distribuição desses crimes.

Mesmo o foco da audiência sendo como terroristas domésticos financiam seus ataques em geral, é interessante ver como os criptoativos estão sendo levados para todos os assuntos. Três das cinco testemunhas abordaram o papel dos ativos digitais em seus testemunhos escritos e orais.

A primeira testemunha a abordar o assunto foi Jared Maples, diretor do Escritório de Segurança e Preparação da Pátria de Nova Jersey. Assim, enfatizou, em seu depoimento escrito, que as autoridades americanas deveriam estar atentas ao uso de criptoativos para o financiamento desses atos.

“Os criminosos lobisomens solitários irão provavelmente serem auto-financiados para realizarem os seus objetivos. Além disso, não podemos descartar o futuro papel de criptoativos no financiamento de atos de extremismo doméstico, tanto dentro de Nova Jersey como através dos Estados Unidos”.

De acordo com Maples os terroristas veem a eficácia de poder mascarar esses movimentos. “À medida que o criptoativo se torna mais predominante e a tecnologia se torna mais fácil de adaptar e usar, acreditamos que veremos mais disso no domínio do terror doméstico”.

Conforme lembrado por Maples, Facebook e o Telegram já foram usados ​​por terroristas estrangeiros para solicitar bitcoins no passado. Inesperadamente, um adolescente de 17 anos da Virgínia, foi condenado em 2015 por oferecer material de apoio ao ISIS.

O adolescente, Shukri Amin, “foi encarregado de ajudar os apoiadores do ISIS a viajarem para a Síria através do uso de sites de mídia social, onde foram encorajados a contribuir com bitcoins”.

Maples ainda citou Andrew Anglin, editor do blog neo-nazista The Daily Stormer, que em 2017 recebeu uma doação após o ataque de Charlottesville na quantidade de 14,88 bitcoins.

Logo após, Rena Miller, especialista em economia financeira no Serviço de Pesquisa do Congresso, também fez seus apontamentos. Miller citou um estudo de 2017 da Liga Anti-Difamação (ADL). De acordo com o relatório, os grupos de supremacia nos EUA tendem a ser descentralizados em vez de organizados, muitas vezes confiando em ativos digitais. Em síntese, esses grupos tendem a ser os primeiros utilizadores de novas tecnologias.

O estudo, de quase três anos, delineou o papel das mídias sociais e crioptoativos para extremistas domésticos. Sendo assim, Miller sugeriu que o governo americano fizesse uma coleta e uma análise mais abrangente nessas áreas.

George Selim, vice-presidente sênior de programas da Liga Anti-Difamação, também testemunhou. Selim relembrou que em 2017 Stormfront, o maior e mais antigo site de supremacia branca da Internet, recebeu cerca de US$30.000 em Bitcoin.

Assim também, o hacker de supremacia branca Andrew Auernheimer recebeu mais de um milhão de dólares em criptoativos. Confirmando assim sua fala de que as transações no blockchain do Bitcoin ainda são transparentes e podem ser rastreadas apesar de seu caráter anônimo.

“Novas formas de produtos e serviços financeiros, incluindo criptoativos, devem ser abordadas. A análise deve abranger desafios e oportunidades inerentes a esses novos produtos e serviços financeiros para aqueles que tentam parar o financiamento ao ódio e à violência”.

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