Erudito islâmico diz que o Bitcoin é compatível com a lei da sharia

Erudito islâmico diz que o Bitcoin é compatível com a lei da sharia

By Melissa Eggersman - min. de leitura
Atualizado 02 junho 2020

Uma declaração recente de um erudito islâmico de que o Bitcoin é compatível com a lei da sharia poderia ter sido a causa da alta do BTC em torno de 1.000 dólares, abrindo o mercado islâmico para que os investidores muçulmanos antes incertos pudessem investir em criptomoedas, qualificadas com dinheiro sob as definições resumidas pelo erudito.

Os muçulmanos representam 23% da população mundial, com 1.6 bilhão de pessoas por todo o mundo, especialmente em países asiáticos como a Índia e a Indonésia. A lei da sharia, ou lei canônica islâmica, proíbe o empréstimo de dinheiro à altas taxas de juros, conhecidas também como usura. O debate aumentou desde que a negociação de Bitcoin podia ser vista como uma forma de usura dada a volatividade e as altas margens e lucro ou perda.

À medida em que a religião que mais cresce no mundo tem se tornado uma figura mais central para as autoridades financeiras, com o FMI delimitando sua primeira discussão formal sobre a necessidade dos bancos islâmicos no ano passado. No Islã, as commodities com valor intrínseco (ouro, prata e sal) são consideradas moedas.  O dinheiro fiduciário atualmente está numa situação mais delicada do que as commodities quando chega ao ponto de ser considerado dinheiro islâmico – dinheiro digital ou de papel geralmente só é permitido quando lastreado por alguma commodities de valor intrínseco e fixado numa taxa específica de troca. O padrão ouro permite que moedas lastreadas em outro sejam compatíveis com a lei da sharia.

O bitcoin tem sido uma moeda difícil de quantificar, agindo como commoditie e moeda ao mesmo tempo. O BTC cai, contudo, sob certas definições de dinheiros comuns sob a lei da sharia – qualquer coisa que se torne amplamente aceita como moeda pela sociedade ou por decreto do governo.

Mufti Muhammad Abu Bakar, um consultor da sharia e oficial de compatibilidade na empresa de finanças Blossom em Jacarta, publicou um artigo sobre se o bitcoin deveria ser permitido (Halal) ou proibido (Haram) no dia 10 de abril de 2018.

O artigo essencialmente argumentou que em certos casos o Bitcoin deve ser considerado Halal, ou seja, permitido.

Um excerto do artigo lê:

“Na Alemanha, o Bitcoin é reconhecido como moeda legal e, portanto, qualificada como dinheiro islâmico na Alemanha. Em países como os Estados Unidos, onde falta ao Bitcoin o status de dinheiro legal, mas onde ele é aceito para pagamentos por uma variedade de negociantes e, assim, o qualifica como dinheiro islâmico comum”.

A lei a sharia tem fortes ideias sobre a preservação da riqueza, algo que tem conduzido as ICO`s e a volatividade do mercado de negociação das criptomoedas a ser visto sob luz negativa. O Bitcoin e a tecnologia da Blockchain, todavia, estão atualmente alinhados com a ideologia da sharia. Reservas fracionárias bancárias onde a posse de dinheiro envolvido no que é considerado usura é algo proibido. Porque a blockchain inegavelmente prova a posse, ela é factualmente mais compatível com a lei da sharia do que o sistema bancário, e isso foi incluído no artigo publicado por Mufti. A regra vem somente um dia após a maior conferência islâmica de eruditos a respeito das criptomoedas, demonstrando que esse tem sido um tema de interesse da população islâmica.

Ao passo que os muçulmanos contem como quase uma entre quatro pessoas no mundo, a regra poderia abrir o mercado a muitos investidores que estavam previamente evitando o mercado por razões religiosas, algo que pode, muito bem, estar sendo visto na recente alta do valor do Bitcoin.

(Conor Maloney)

Fonte: ccn.com/

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