Empresa anuncia mineradora de Bitcoin mais potente do mundo, mas será real?

Empresa anuncia mineradora de Bitcoin mais potente do mundo, mas será real?

By Melissa Eggersman - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

A mineração de criptomoedas ainda é um dos mercados mais competitivos dentro do setor de criptoativos. Várias empresas estão expandindo as suas pools de mineração, mas, principalmente, existe uma grande briga na área da tecnologia desses equipamentos para construir máquinas cada vez melhores.

Nesse quesito, a Zigmabit, uma fabricando de mineradoras do Japão, surpreendeu muita gente no começo dessa semana com o anúncio de uma nova máquina de mineração que, pelo menos na teoria, promete quase 30 vezes mais poder que modelos top de linha das concorrentes.

Os equipamentos, chamados de ZigBit, são focados na mineração de Bitcoin, Dash, Litecoin e Ethereum e segundo um release de imprensa, a versão ZigBit 5.0 tem a capacidade de 2.000 TH/s.

Para se ter uma ideia, a Bitmain, uma das maiores fabricantes de equipamentos de mineração do mundo, possui em seu equipamento mais “top” 56 Th/s. Para efeitos de comparação, o Antminer S17 Pro, considerado a mineradora mais potente atualmente, tem uma capacidade e 53 TH/s.

De acordo com o comunicado:

“A Zigbit Miners, primeira plataforma de mineração com resfriamento líquido direto (DLC, Direct Liquid Cooling) do mundo, foi projetada tanto para mineradores de criptomoedas iniciantes com para experientes. Todos os três produtos são fáceis de usar, pois vêm pré-configurados e os usuários só precisam ligar e iniciar a mineração.”

A empresa anunciou três versões diferentes de seu equipamento, cada um com bastante poder computacional para lidar com as criptomoedas propostas.

Os modelos anunciados pela companhia são:

  • Bitcoin : ZigBit 2.0. 260 TH/s, ZigBit 3.0. 330 TH/s, ZigBit 5.0. 2000 TH/s
  • Litecoin: ZigBit 2.0. 44 GH/s, ZigBit 3.0. 55 GH/s, ZigBit 5.0. 300 GH/s
  • Ethereum : ZigBit 2.0. 11 GH/s, ZigBit 3.0. 14 GH/s, ZigBit 5.0. 75 GH/s
  • Dash: ZigBit 2.0. 6 TH/s, ZigBit 3.0. 9 TH/s, ZigBit 5.0. 50TH/s

“Para se destacar em um mercado altamente competitivo, os mineradores Zigmabit também incluem recursos inteligentes, como sistema de resfriamento do circuito fechado, ventiladores sem som, bombas de alta pressão silenciosas, radiadores extremamente eficientes e muito mais.”

Através de uma calculadora que estima a mineração de um equipamento, a CryptoCompare, é possível determinar que a ZigBit 5.0 minera cerca de 0.03 Bitcoin por dia. Na cotação atual, isso representa cerca de R$1.085 reais.

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A energia consumida pelo equipamento não foi divulgada com precisão (a companhia apenas estimou 2.400W de consumo), portanto, é difícil saber se o equipamento é realmente viável, mas com números impressionantes como esse, é bem possível que seja.

Um pouco de paciência…

A notícia é realmente surpreendente, afinal, é um grande pulo na parte tecnológica no setor da mineração. Mas, é preciso deixar um pouco a emoção de lado em pensar em alguns pontos que, querendo ou não, são bandeiras vermelhas.

Iniciando pelo site da ZigmaBit. Ao entrar no site, deparamos com uma página bastante amadora e com erros grosseiros de design. Está longe de parecer a página inicial de uma empresa que acabou de criar o equipamento de mineração mais poderoso da história.

Outro ponto curioso é que a ZigmaBit vende apenas as mineradoras ZigBit, sem nenhum outro equipamento anterior. Quase como se eles tivessem criado o melhor equipamento de todos os tempos logo de primeira ou então esconderam todos os outros e retiraram eles de circulação.

Por último, temos o fato de que ao tentar obter mais informações sobre as mineradoras, temos outra página bem amadora, e com apena uma foto do equipamento, que lembra mais uma fonte de computador (no caso da versão 3.0), do que uma mineradora.

Não estamos acusando a empresa de nada, apenas levantando bandeiras vermelhas que deveriam despertar a atenção de possíveis compradores.

Na melhor das hipóteses, a ZigmatBit só precisa melhor a parte gráfica do seu site. Porém, todo cuidado é pouco nesses casos.

Geralmente as tecnologias avançam em “blocos”. Pense nas placas de vídeo, que começaram por volta dos 128mb, chegaram aos impressionantes 512mb depois e um tempo e por muitos anos, a versão mais poderosa de uma GPU era a de 2gb. Hoje, você encontra placas de até 8gb.

Um pulo considerável, como aconteceu com a ZigmaBit tem muito mais ares experimentais do que a de um produto realmente finalizado, testado e totalmente funcional.

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