Eike Batista é preso mais uma vez, MPF desconfia que ele usava criptomoedas para lavar dinheiro

Eike Batista é preso mais uma vez, MPF desconfia que ele usava criptomoedas para lavar dinheiro

By Melissa Eggersman - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

Eike Batista, ex-empresário, ex-bilionário e ex-presidiário, foi preso mais uma vez nesta quinta-feira (08) a pedido do Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro durante a investigação da operação Segredo de Midas. As informações são do Folha de São Paulo.

O Ministério Público Federal agora também investiga a atuação do empresário no mercado de criptomoedas. Os procuradores da investigação dizem ter encontrado indícios de que ele operava ativos digitais utilizando o nome da mulher.

Durante a operação, os procuradores teriam encontrado na casa do empresário anotações que faziam referência ao comércio e negociação de criptomoedas de Flávia Sampaio, mulher de Eike.

Entre as anotações estava o login e a senha de uma conta na corretora brasileira Bitcoin Trade.

Segundo a Folha, o Ministério Público desconfia que as criptomoedas foram usadas para lavar dinheiro.

Por isso o juiz Marcelo Bretas autorizou que as senhas encontradas fossem usadas para acessar as informações na Exchange.

“Embora a esposa do investigado, sra. Flávia, não esteja sendo investigada, é bem possível, dado o indício de comércio de meio tão usual de lavagem de ativos, que o investigado esteja usando o nome e a conta da esposa para garantir a ocultação de valores produto ou proveito de crimes”, escreveu o Ministério Público Federal.

Eike, que já foi o homem mais rico do Brasil, está sendo investigado por operar clandestinamente na bolsa de valores. Segundo as investigações, o objetivo do investidor era manipular e influenciar o valor das ações que ele comprava. Ele então utilizava contas falsas para realizar as negociações fraudulenta.

Bretas também autorizou a prisão preventiva de Luiz Andrade Correia, supostamente um funcionário de Eike. O juiz também autorizou a busca e apreensão em endereços ligados aos filhos do empresário, Thor e Orlin.

O MPF anunciou os resultados da operação em um release, porém não são feitas menções às criptomoedas ou a exchange brasileira BitcoinTrade.

Curiosamente, como nota o site Portal do Bitcoin, Eike Batista tem um certo conhecimento sobre as criptomoedas e sobre a blockchain.

Em 2018 (depois de ter sido solto da cadeia) ele chegou a virar YouTuber e em um de seus vídeos ele acaba passando alguns conselhos para quem está pensando em investir em criptomoedas.

Vale a pena lembrar que, mesmo que ele tenha usado criptomoedas para a lavagem de dinheiro, não se pode deixar que os ativos digitais sejam taxados como instrumentos ilícitos.

A maior parte da investigação liga Eike a fraudes realizadas com moeda fiduciária e com ações tradicionais.

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