Economistas do Fed de Nova York dizem: “Economias avançadas” podem não precisar de criptomoedas

Economistas do Fed de Nova York dizem: “Economias avançadas” podem não precisar de criptomoedas

By Ruchi Gupta - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

O Federal Reserve Bank de Nova York publicou uma entrevista em seu site, em que dois de seus economistas explicam as criptomoedas, destacando o fato de não haver “confiança” nas criptomoedas, e expressando dúvidas de que a criptomoeda poderia “competir com os métodos de pagamento atuais” .

Michael Lee e Antoine Martin, ambos economistas do Grupo de Pesquisa e Estatística do Fed de Nova York, se revezaram para responder a perguntas sobre conceitos básicos de criptomoedas e confiança financeira.

Se baseando que as moedas virtuais não são “apoiadas por nada real”, como o ouro, Lee declarou:

“Você está certo de que elas [criptomedas] não são apoiados por uma mercadoria física, mas também o dólar e a maioria das moedas modernas não são.”

Lee acrescentou que a confiança em uma determinada moeda é o que lhe dá valor em um ambiente de pagamento e o torna um “meio aceitável de troca”. No caso das criptomedas, a referida confiança não é fornecida por nenhum governo ou instituição, mas pela própria tecnologia Blockchain.

O crypto é o “futuro do dinheiro”?

Respondendo a essa questão, Martin expressou dúvidas, afirmando que o problema que as criptomoedas resolve pode na verdade não precisar de solução, pelo menos não em “economias avançadas”:

“Criptomoedas realmente podem resolver o problema de fazer pagamentos em um ambiente sem confiança, mas não é certo que este é um problema que precisa ser resolvido, pelo menos nos Estados Unidos e outras economias avançadas”.

Ele também cita a falta de “conveniência” e “extrema volatilidade” como fatores que impedirão a adoção das criptomoedas como moeda, observando que “as pessoas tendem a confiar em instituições financeiras para lidar com pagamentos e bancos centrais para manter o valor do dinheiro“.

Como o próprio Lee destacou na entrevista, há uma relação inversa entre a confiança no sistema financeiro fiat e o interesse em Bitcoin. Durante a crise financeira de 2015 na Grécia, o número de transações de Bitcoin na rede atingiu um pico recorde.

Um aviso prévio no final da entrevista do Fed de Nova York deixa claro que as opiniões dos economistas “não refletem necessariamente” a posição oficial do Banco da Reserva Federal de Nova York ou do Sistema da Reserva Federal como um todo.

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