Do anúncio da Bolsa de Chicago a uma alta histórica no preço do Bitcoin

Na terça-feira, o Grupo CME – a maior casa de negociação de derivativos do mundo por volume – anunciou que iniciará a negociação de contratos de futuros do Bitcoin antes do final do ano, na pendência da aprovação da Comissão de Negociação de Mercadorias dos Estados Unidos (CFTC). O preço do Bitcoin registou uma tendência constante de alta desde o anúncio, aumentando mais de dez por cento no dia seguinte – e continuando atingindo os máximos históricos durante toda a semana.

A negociação está agendada para entrar em operação assim que os reguladores aprovarem o contrato, disse o CEO da CME, Terry Duffy, à CNBC, acrescentando que está confiante de que um processo de auto certificação existente que a CME possui com a CFTC será suficiente para obter o novo contrato aprovado neste trimestre, dado que o regulador já está familiarizado com os termos do contrato.

Embora a CME tenha lançado duas taxas de rastreamento de preços do Bitcoin há cerca de um ano, a listagem de um contrato do grupo CME para Bitcoin foi inesperada, dada uma declaração recente do presidente da CME, Bryan Durkin, no final de setembro. “Eu realmente sinto que bitcoin é muito novo agora”, disse ele. “Eu realmente não o vejo com um contrato de futuros em um momento próximo”. No entanto, o preço do Bitcoin aumentou dramaticamente desde então, e a CME decidiu aproveitar o interesse gerado por esse aumento.

O anúncio é particularmente significativo para a Bitcoin, dada a influência do Grupo CME nos mercados financeiros mundiais. O Grupo é a holding por trás do índice de ações da Dow Jones e de muitas das maiores bolsas do mundo, incluindo a Chicago Mercantile Exchange (Merc), que é a maior troca de derivativos do mundo por volume.

O grupo também possui a New York Mercantile Exchange (NYMEX), a Commodities Exchange (COMEX) e a Chicago Board of Trade (CBOT), entre outros centros de financiamento e comércio globais. O Grupo CME recentemente reportou receita de US$ 891 milhões no 3T de 2017, com um volume diário médio de 15,7 milhões de contratos, que cresceu 10% em relação ao 3T 2016. Os contratos de investimento negociados na Merc incluem moedas, índices de ações, futuros de divisas, futuros de taxas de juros e produtos agrícolas – e se a aprovação da CFTC continuar adiante o Bitcoin será a primeira criptomoeda listada na casa de investimentos.

As coisas podem melhorar ainda mais

Um contrato de futuros de bitcoin também aumentará consideravelmente a probabilidade de que um fundo negociado em bolsa de bitcoin (ETF) seja aprovado. A US Securities and Exchange Commission (SEC) solicitou anteriormente a alguns gestores de fundos que retirassem suas declarações de registro para os ETF bitcoins, uma vez que planejavam investir em derivativos de bitcoin negociados na Bolsa dos EUA. Sendo um investimento não regulamentado, a SEC não permitiria que os gerentes da ETF investiram diretamente em bitcoins e solicitaram que esperassem que os derivados regulamentados para bitcoins estejam disponíveis.

O anúncio da terça-feira também pode ser a chance de passar a frente o maior concorrente da CME, o Chicago Board Options Exchange (CBOE). Em agosto, uma parceria foi anunciada entre o CBOE e o Gemini Exchange dos gêmeos do Winklevoss (famosos por abrirem processo contra o Facebook, acusando Mark Zuckerberg de ter roubado a ideia da criação da rede social). Os parceiros planejam lançar um serviço de negociação de derivativos de criptomoedas semelhante ao anunciado pela Merc.

Com tantas empresas interessadas no bitcoin, o preço marcou a semana com altas surpreendentes, ultrapassando a margem dos US$ 7.000. A estimativa dada pelos entusiastas e investidores da criptomoeda indica que ela tem potencial para atingir US$ 10.000 até o final do ano.

Você acredita que o preço do bitcoin pode subir ainda mais com a grande atenção que ela tem recebido das grandes empresas do ramo financeiro? Deixe sua opinião abaixo nos comentários.