DINHEIRO: O sistema de confiança mútua mais universal e eficiente já inventado

Yuval Noah Harari, historiador mundialmente reconhecido, descreve o dinheiro como “um sistema de confiança mútua” (Uma breve história da humanidade Sapiens, p. 188), e o coloca como o sistema mais eficiente e universal já inventado nessa direção. A conclusão é que a partir disso “milhões de estranhos podem cooperar no comércio e na indústria de maneira eficaz” (Idem, p. 194).

Com os desdobramentos das revoluções nos transportes e na comunicação que tornaram nosso mundo tão intrincadamente interligado nos moldes atuais, esse sistema de confiança demanda a existência de um “dinheiro” (ativo) que seja conversível universalmente e que seja seguro e facilmente transportado a longas distâncias.

A revolução digital sempre ofereceu aos teóricos da computação e da economia a perspectiva de um dinheiro digital no qual todas as pessoas e nações pudessem confiar e que tivesse a vantagem de ser enviado por meios digitais, ganhando imensamente em agilidade nas transações.

Um dos principais problemas para a concretização de tais pretensões é que o ambiente digital é um “território de ninguém” e possui como característica natural a capacidade de copiar e compartilhar informação praticamente sem barreiras. Essas características são muito hostis em relação ao “dinheiro digital”, uma vez que seria provável e temerário que alguém sempre pudesse achar uma forma de multiplicar a moeda digital por fazer cópias dela e assim toca a economia digital se reduziria à nada em função da desconfiança e da inflação infinita.

A revolução das criptomoedas surge exatamente na esteira da solução dos problemas que fizeram todas as moedas eletrônicas falharem. Satoshi Nakamoto sugeriu em 2008 um sistema de dinheiro eletrônico p2p com algumas propostas para incentivar o comportamento honesto dentro da rede e o incentivo financeiro para garantir a segurança da rede.

Desde então, o sistema do Bitcoin tem sido atacado por pessoas movidas por todos os objetivos escusos possíveis, mas ninguém jamais conseguiu fazer um único “gasto duplo” de qualquer unidade da moeda idealizada por Satoshi ou hackear o sistema. O bitcoin tem provado ser anti-frágil, resistente e seguro naquilo que se propõe. Esse é o motivo da valorização de seu ativo até o momento presente e a perspectiva de que ele é e será a moeda nativa da internet, o “maior país do mundo com bilhões de cidadãos virtuais” que agora podem ser donos de seu próprio dinheiro digital e transacionar com quem desejar dentro da economia local ou global.

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