BofA descreve potenciais benefícios da adoção do Bitcoin em El Salvador

BofA descreve potenciais benefícios da adoção do Bitcoin em El Salvador

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Bitcoin democratiza o acesso a pagamentos eletrônicos, potencialmente beneficiando 70% da população adulta salvadorenha que permanece sem conta bancária

Um relatório do Bank of America (BofA) destacou alguns dos benefícios potenciais que provavelmente ocorrerão em El Salvador após a adoção histórica do Bitcoin como moeda com curso legal pelo país centro-americano. Publicado na semana passada, o relatório da instituição financeira destaca as principais áreas nas quais o uso do Bitcoin pode ter um grande impacto.

De acordo com analistas do BofA, o reconhecimento do BTC visa otimizar a indústria de remessas do país, dado que tal setor contribui com quase 25% do PIB de El Salvador. O uso do Bitcoin reduzirá o valor pago em taxas de transação ao usar os canais tradicionais.

Nesse caso, o Bitcoin se torna "um intermediário para a transferência internacional", com os salvadorenhos economizando mesmo quando convertem o BTC recebido em dólares. A sugestão é que esse aumento nas remessas, e a redução nas taxas, aumentarão significativamente a renda disponível das pessoas.

Outro benefício é a liberdade financeira que provavelmente será concedida a cerca de 70% da população do país que permanece sem banco. A digitalização financeira é vista como um benefício chave da criptomoeda que, como observa o relatório, é uma vantagem para aqueles que não conseguem abrir contas bancárias.

A adoção do Bitcoin também concede à população maior escolha ao consumidor, acrescenta o banco. "Discordamos da noção de que é coercitivo que as empresas sejam legalmente obrigadas a aceitar o Bitcoin como forma de pagamento", escreveu o banco, acrescentando que as empresas e os consumidores terão liberdade para escolher a criptomoeda ou usar os dólares diretamente de suas carteiras “Chivo”.

O Bank of America também acredita que El Salvador se beneficiará, tornando-se um hub de Bitcoin. Isso, ressaltam os analistas, será especialmente o caso uma vez que começar a atrair investimentos estrangeiros diretos, em vista de empreendimentos ligados à mineração de Bitcoin.

O relatório é surpreendente, dado o ataque "gelado" do BofA ao BTC em seu relatório de março, que observou que o Bitcoin tinha "segredinhos sujos" e não era bom, exceto para negociações especulativas. Também vem com base nas críticas recentes do FMI e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas.