Com blockchain, Starbucks preocupa bancos

Com blockchain, Starbucks preocupa bancos

By Melissa Eggersman - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

O Starbucks é a rede de venda de café mais famosa do mundo. Conhecida em todo o lugar, incluindo no Brasil, ela é um dos pontos mais icônicos quando falamos em marcas multinacionais no ramo alimentício. Mas por causa das criptomoedas ela também está se tornando um incômodo para os bancos da Coreia do Sul, e possivelmente do resto do mundo.

Segundo o site Korea Times os bancos sul-coreanos estão demonstrando preocupações com o Starbucks, descrevendo a rede de lojas de café como um potencial rival que poderia ameaçar a sobrevivência dos grupos bancários nos próximos anos.

Tudo isso porque os bancos estão preocupados com os cartões pré-pagos oferecidos pela empresa. Para quem não sabe, o Starbucks possui um sistema de cartões pré-pagos. O cliente pode carregar esse cartão com dinheiro e depois ir comprar café em qualquer loja de forma rápida e prática.

Os bancos argumentam que essa é uma forma do Starbucks distribuir crédito aos seus clientes, assim como o banco faz. Porém, por não ser um banco, a loja de café não está submetida a regulamentações, impostos e juros que os bancos estão.

Segundo as informações do jornal, aos poucos a Starbucks está migrando para a tecnologia de blockchain e criptomoedas para facilitar a gerência desses cartões e de todo o dinheiro que é injetado na solução.

Os dados financeiros da companhia são privados, porém, em 2016, apenas no primeiro trimestre, mais de US$1.6 bilhões foram colocados nos cartões. Isso é mais do que alguns bancos provinciais da Coreia do Sul conseguiram arrecadar durante um período maior.

É de se esperar que o valor tenha aumentado ainda mais. Com as criptomoedas e a blockchain, o gerenciamento dessa grande quantidade de dinheiro fica mais fácil, tornando uma loja de café uma possível rival do sistema financeiro tradicional.

O chefe do Grupo Financeiro Hana, Kim Jung-tai, expressou as suas preocupações com a situação.

 

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“Novas tecnologias permitiram que companhias de café, como a Starbucks, se tornassem nossas rivais. É correto chamar o Starbucks de um banco não regulamentado e não uma mera loja de café.”

O Poder das criptomoedas

A preocupação dos bancos coreanos com o Starbucks gera uma situação bastante curiosa. Uma cadeia de bebidas com base em café está sendo capaz de assustar o sistema financeiro tradicional de um dos países mais influentes da Ásia, tudo isso por ter oferecido cartões de crédito para seus clientes.

Dadas as devidas proporções, isso não é diferente do que o Bitcoin e outras criptomoedas estão tentando fazer para o público em geral. Tirar dos bancos o poder de gerenciar toda a sua vida financeira.

Essa preocupação dos bancos pode ser encarada com uma tentativa do sistema tradicional de mandar no dinheiro dos clientes do Starbucks. Afinal, os bancos sul-coreanos querem que o crédito para comprar café passe por seus cartões e seus sistemas, claro, gerando lucros.

Felizmente o Starbucks continua sendo um aliado das criptomoedas, até mesmo anunciando que, em parceria com a Bakkt, vai passar a vender café com pagamentos em Bitcoin ainda esse ano.

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