Bitcoin gera mais carbono do que certos países

Bitcoin gera mais carbono do que certos países

By Melissa Eggersman - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

Desde que a mineração do Bitcoin começou a se popularizar com o aumento da participação no mercado da moeda, uma questão vem sendo levantada constantemente: Quanto o Bitcoin custa para o meio ambiente?

Um novo estudo foi realizado para tentar mensurar o quanto o Bitcoin pode impactar o meio ambiente em relação a emissões de carbono. O estudo foi divulgado pelo Cointelegraph e indica que a emissão de carbono do Bitcoin é o mesmo que a cidade de Kansas, nos EUA, ou então a emissão de um país pequeno.

Você pode acompanhar o estudo na íntegra através deste link.

Christian Stoll, um dos pesquisadores envolvidos no projeto, disse que o grande consumo de energia gerado pela mineração representa em uma pegada de carbono significativa. E, como o poder de computação necessário para resolver as equações do Bitcoin mais do que quadruplicou desde o ano passado, é um problema que está piorando, observa o estudo. O relatório acrescenta:

“A magnitude dessas emissões de carbono, combinada com o risco de conluio e preocupações sobre o controle do sistema monetário, pode justificar uma intervenção reguladora para proteger os indivíduos de si mesmos e outras pessoas de suas ações.”

Pesquisadores usaram dados de arquivamentos IPO e endereços IP para chegar em suas conclusões. Com emissões anuais de CO2 estimadas entre 22 e 22,9 megatoneladas, o Bitcoin é colocado em algum lugar entre a Jordânia e o Sri Lanka em termos internacionais de emissão de carbono. O estudo sugere que esse nível dobraria se todas as outras criptomoedas também fossem levadas em conta.

Stoll, pesquisador da Universidade de Munique e do MIT, alertou:

“Não questionamos os ganhos de eficiência que a tecnologia blockchain poderia, em certos casos, fornecer. No entanto, o debate atual é focado em benefícios antecipados, e mais atenção deve ser dada aos custos.”

Questionamentos importantes

Temos várias questões que devem ser consideradas em relação a esse estudo. Vale mencionar que o que estamos questionando aqui não faz parte da pesquisa, é apenas uma observação feita entre a comunidade.

A liberação de carbono falada no relatório está ligada à mineração de criptomoedas, em especial o Bitcoin. Porém, como sabemos, a mineração é como a rede e mantém a sua segurança, estabilidade e eficiência.

Ao afirmar que que o Bitcoin libera muito CO2 por causa da mineração, é preciso dizer que essa pegada de carbono está ligada diretamente com a manutenção da rede.

Com isso em mente, o Bitcoin é mais perigoso do que o sistema financeiro tradicional? Afinal, para que os muitos bancos possam funcionar e transportar valores, a emissão de carbono não é muito mais alta?

Quanta energia os bancos gastam ficando abertos? Quanto CO2 é liberado por carros fortes transportando valores em toda a rede bancária?

Enquanto o estudo levanta sim questões importantes, ele precisa colocar na balança o quanto o Bitcoin e sua blockchain realmente danifica o meio ambiente em relação ao sistema tradicional.

Sem uma comparação mais exata, entramos na área de FUD, o que é algo que já vimos milhares de vezes em relação às criptomoedas.

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