Bancos Centrais recebem recomendação para banir Stablecoins

Bancos Centrais recebem recomendação para banir Stablecoins

By Benson Toti - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) fez dez recomendações aos bancos centrais para regular as stablecoins e também sugerem a total proibição dos ativos. O FSB é um órgão internacional que fornece sugestões sobre o sistema financeiro global. 

computador com painel de negociação de criptomoedas

O relatório com as recomendações emitidas pelo FSB são especialmente para bancos centrais e ministérios das finanças dos países que compõem o G20. Vale destacar que devido a forte dependência do mercado pelas stablecoins, uma proibição total como recomenda o FSB pode causar um grande estrago para o Bitcoin e as criptomoedas.

Para o FSB as stablecoins podem representar riscos para a estabilidade financeira no mundo. A preocupação do FSB é especialmente direcionado a escolha dos cidadãos de utilizar as moedas estáveis ​​em relação às moedas fiduciárias existentes.

Segundo o FSB, outro fator que os bancos centrais devem levar em consideração, é que em situações de crise financeira como estamos vivendo atualmente, as stablecoins globais podem se tornar uma espécie de “mercado de recompra de varejo híbrido para dólares americanos”.

Para eles se as stablecoins forem deixadas sem controle, essas criptomoedas podem ter um efeito desestabilizador nos fluxos de capital e nas taxas de câmbio dos países, principalmente nas economias emergentes.

Quem é o FSB?

O FSB é um órgão internacional formado por um grupo de pessoas cujo os membros são representantes de ministérios das finanças e bancos centrais dos países que fazem parte do G20, mas também participam do Conselho dez organizações internacionais, entre elas o FMI, o BIS, o BCE, o Banco Mundial e a Comissão Europeia. Apesar de ser apenas um grupo de pessoas, na prática, eles exercem uma grande influência.

O que acontece se os Bancos Centrais banirem as Stablecoins?

As stablecoins representam cerca de 70% de todo o volume de negociação, mesmo tendo menos de 4% da capitalização de mercado. Se o G20 acatar a recomendação do FSB, será extremamente prejudicial para as Stablecoins.

O primeiro efeito negativo da proibição das criptomoedas seria uma grande redução na liquidez das criptomoedas. Vale destacar que os cinco principais pares de negociação da Binance usam a stablecoin USDT representando cerca de 57% do volume de negociações da exchange.

Com a redução da liquidez, o mercado passará por uma redução da demanda de trabalho. As paridades baseadas em stablecoins teriam que ocorrer entre dois tokens especulativos, em vez de apenas um token especulativo e um par de stablecoin. Instituições passaram por uma forte queda na demanda por fundos baseados em criptos.

Stablecoins crescendo

A Genesis Capital, um credor institucional, revelou que a demanda por stablecoins aumentou de 9,6% no primeiro trimestre de 2019 para 37,2% no quarto trimestre de 2019. O analista Skew, utilizou o Twitter para explicar o crescimento do valor de mercado das stabelcoins tweet . Ele destacou que a participação das stablecoins no mercado de criptomoedas está crescendo.

As stablecoins nasceram buscando resolver o problema da volatilidade que afeta o mercado de criptomoedas. Mas a utilização das stablecoins tem mudado, os investidores estão usando esse tipo de criptomoedas como uma ferramenta de hedge para armazenar sua riqueza quando não têm certeza da direção do mercado.

Esse aumento da funcionalidade aumentou a demanda por stablecoins, resultando na criação de mais unidades, aumentando assim seu valor total de mercado. Banir as Stablecoins a “essa altura do campeonato” será um banho de água fria no mercado de criptomoedas.