Banco Nordea proíbe seus funcionários de comprar Bitcoin, aumentando a necessidade da descentralização

Banco Nordea proíbe seus funcionários de comprar Bitcoin, aumentando a necessidade da descentralização

By Melissa Eggersman - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

Tempos difíceis estão vindo para os funcionários do banco Nordea, uma instituição dinamarquesa. O banco dinamarquês com ativos sob gestão (AUM) superior a US$350 bilhões e um dos 20 maiores bancos da Europa – e do mundo – recebeu permissão para proibir que seus funcionários invistam em Bitcoin – e em outras criptomoedas, como relatou o Bloomberg.

A permissão veio depois que um tribunal de Copenhague decidiu a seu favor, justificando efetivamente as alegações anteriores do banco de que Bitcoin e ativos digitais são muito arriscados devido à sua natureza não regulamentada.
A circular anterior também mencionou que o Bitcoin é uma ferramenta para facilitar atividades criminosas, incluindo lavagem de dinheiro.

De novo, o velho argumento que as instituições tradicionais adoram utilizar quando falam do Bitcoin. O medo de que o Bitcoin é usado para crimes é injustificável, apesar do BTC facilitar certas transações ilegais, o dólar é disparado a moeda mais utilizada para o financiamento de crimes, terrorismo e lavagem de dinheiro.   Nenhum banco impede os seus funcionários de comprar dólares.

Com um lucro líquido superior a US$3,2 bilhões e mais de 30.000 funcionários, a decisão do tribunal é um golpe para funcionários investidores que, provavelmente, realizariam a devida diligência e investiriam em um dos ativos de maior potencial da década e um ativo que cada vez mais vem sendo considerado uma importante reserva de valor.

Bitcoin, ao contrário dos bancos, possui suas operações ancoradas na desintermediação e na descentralização completa, sem contar na transparência total, com um livro razão público. Dificilmente uma transação em larga escala é realizada na rede do Bitcoin sem que o Whale Alert avise todo o Twitter sobre o valor movimentado.

Nos bancos, bilhões podem ser movimentados e ninguém nunca vai saber, a não ser os membros da instituição centralizada do banco.

 

Como comprar Bitcoin no Brasil

 

Desde a decisão judicial, o presidente do sindicato do banco, Kent Petersen, entrou com uma ação contra a decisão do tribunal.

“Entramos com uma ação por causa do princípio de que todos obviamente têm uma vida privada e o direito de agir como um indivíduo particular. Era importante para nós e nossos membros estabelecer que direitos os gerentes possuem. Nesse caso, foi mais abrangente do que achamos apropriado.”

Outro ponto bem absurdo neste caso é o fato de que o Banco quer controlar a vida pessoal de seus funcionários. É como se os bancos estivessem testando a possibilidade de controlar mais do que a política, economia e desenvolvimento de um país, e quisesse também decidir o que você pode ou não comprar.

É por isso que o Bitcoin e a Blockchain nasceram com conceitos já tão fortes, afinal, a descentralização é o caminho para acabar com o controle que certas instituições tem sobre uma população.

Lavagem de dinheiro no Nordea

Porém, geralmente os mais preocupados com a ligação do Bitcoin com atividades ilícitas, geralmente já tiveram algum tipo de implicação em ações da lei.

Caso em questão, em maio de 2017, o Nordea Bank registrou uma provisão de 95 milhões de Euros em antecipação a uma multa, juntando-se a empresas como Danske Bank e Swedbank, por seu suposto envolvimento em lavagem de dinheiro. A reserva foi em parte um reconhecimento por sua fraca aplicação das regras KYC e AML.

Na época, o CEO Casper von Koskull, em um comunicado, disse:

“É necessária a harmonização das regras e práticas de supervisão da lavagem de dinheiro, e apoiaríamos a criação de uma agência no nível da UE, com o objetivo de combater a lavagem de dinheiro e o crime financeiro.”

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