Banco Mundial emitirá o primeiro título blockchain do mundo

Banco Mundial emitirá o primeiro título blockchain do mundo

By Chris Roper - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

O Banco Mundial está dando um novo passo no mundo das finanças digitais. A entidade anunciou na sexta-feira que venderá o primeiro título a ser emitido inteiramente por uma blockchain.

Mais do que apenas fundos, o Banco Mundial pretende ganhar experiência usando a blockchain – um registro público digital de transações – que pode levar a um “futuro dourado” para serviços financeiros para países em desenvolvimento, disse um funcionário do banco à AFP. A tecnologia é mais frequentemente associada a criptomoedas – como bitcoin. Como ainda não existe moeda digital lastreada em bancos centrais, os títulos blockchain de dois anos dependerão de dinheiro do mundo real: dólares australianos.

O banco de desenvolvimento sediado em Washington pretende levantar cerca de 50 milhões de dólares australianos (cerca de US$ 36 milhões), embora possa ser o dobro se mais investidores se envolverem antes que o bônus seja finalizado na semana de 20 de agosto.

“Desde a nossa primeira transação em 1947, a inovação e a satisfação dos investidores têm sido marcas importantes de nosso sucesso ao alavancar os mercados de capital para o desenvolvimento”, afirmou a tesoureira do Banco, Arunma Oteh. “Hoje, acreditamos que as tecnologias emergentes oferecem igualmente possibilidades transformadoras, mas prudentes, para que continuemos a inovar, responder às necessidades dos investidores e fortalecer os mercados”.

A transação é uma criação do laboratório de inovação do Banco Mundial, que vem trabalhando na questão há quase um ano, junto com o Commonwealth Bank of Australia. A instituição também fez uma parceria com a Microsoft, que garantirá que a plataforma e o software sejam “sólidos, livres de bugs e não tenham vulnerabilidades para atacar”, disse Paul Snaith, gerente dos Mercados de Capitais do Tesouro do Banco Mundial.

Ele disse que o uso da blockchain pode melhorar a transparência, já que é pública, e reduzir o tempo de transação, já que os títulos eventualmente serão trocados instantaneamente por dinheiro. Por enquanto, porém, os investidores ainda precisam se registrar e todo o dinheiro será transmitido separadamente da blockchain por meio de “canais normais”, à moda antiga.