As criptomoedas e o medo da mudança: como o Bitcoin está transformando a sociedade

As criptomoedas e o medo da mudança: como o Bitcoin está transformando a sociedade

By Melissa Eggersman - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

Apelar aos medos das pessoas na hora de criticar alguma coisa geralmente cria reações mais intensas da parte delas do que apelar para argumentos lógicos e racionais. Isso ocorre em praticamente qualquer situação onde exista a disposição de alguém em combater alguma coisa, seja uma tecnologia ou mesmo um comportamento ou crença. Essa realidade humana faz com que seja muito mais fácil atacar algo pintando esse alvo com cores temerosas aos olhos das outras pessoas, do que investindo tempo para entender realmente o fenômeno combatido e oferecendo boas razões para prosseguir com o combate.

O Bitcoin e as criptomoedas são parte de uma revolução tecnológica e social de amplas proporções, mas as reações a elas frequentemente envolvem embates com aqueles que promovem uma defesa de um “continuísmo confortável”. Incerteza, insegurança e desconfiança, dentre outras reações negativas acabam sendo comuns como fruto desses embates. Mas por que tantas reações negativas diante de algo cujo potencial benéfico é tão evidente e amplo? Se as criptomoedas geram e estimulam liberdade, autonomia, conhecimento, riqueza e prosperidade sem precedentes na história recente, especialmente para aqueles que entenderem os fundamentos de sua lógica e aplicações e forem corajosos de investir apesar dos riscos desse novo mercado, elas não deveriam ser temidas.

Mas o fato é que a “mudança” assusta as pessoas e, caso não o faça instintivamente e naturalmente numa primeira instância, ela pode ser deliberadamente usada para levantar questões diante das quais todos poderiam sentir um calafrio na espinha ao tentar responder.

Como será o mundo se ele vier a se tornar totalmente diferente do que ele é hoje? O que poderia piorar no nosso mundo?

Ao invés de imaginarem um mundo mais positivo em função de uma grande mudança, geralmente a perspectiva do “novo” excita os temores das pessoas em outra direção e elas sentem que no futuro elas podem acabar vendo a si mesmas em situações muito ruins.

Se no futuro os governos e bancos, por exemplo, perderem algo do seu enorme poder atual, ao invés de comemorar essa ideia, muitos (mesmo aqueles que não são governantes nem banqueiros) naturalmente temem que haverá tal instabilidade econômica e política que sua própria vida, família, emprego e propriedade estarão em risco. O instinto (quase) natural de algumas pessoas é que elas concluem que precisam urgentemente de algo ou alguém que lhes proteja desse cenário tenebroso logo ali atrás da curva!

A maior ironia disso tudo é que as pessoas frequentemente não percebem o extremo perigo de que as coisas continuem como estão! A falta de uma visão clara e informada a respeito dos extremos malefícios da concentração de poder e recursos em poucas esferas e camadas sociais, cria e alimenta a falsa ideia de que a “estabilidade” das coisas depende de que o sistema permaneça como está e qualquer forma de tentar mudar isso afetaria a própria essência e estrutura da sociedade e isso é visto como algo negativo pela enorme quantidade de incertezas que isso gera.

Imagem: Freepik

Os agentes e porta-vozes da estrutura social e econômica atual representam unicamente aqueles que são beneficiados por essa estrutura, ou seja, a minoria da minoria. Todos os esforços serão feitos por eles, porém, para exacerbar o medo da mudança nas pessoas e eles projetarão sobre o futuro perspectivas horríveis caso os privilégios dos governos e dos bancos sejam ameaçados minimamente. Eles combaterão a mudança via legislativa, judicial, tecnológica e midiática, para citar somente as principais frontes de sua resistência.

A ideia geral do sistema é nos lembrar que o mundo é um lugar perigoso (com o que todos concordamos) e para evitar esse perigo nada melhor do que as estruturas tradicionais governamentais e bancárias com as quais estamos acostumados, certo? Errado! Governos e bancos estão dentre as estruturas mais inclinadas a criar perigo e problema onde antes não havia nenhum.

A natureza parasitária dos governos e bancos drenam as riquezas das pessoas via impostos, inflação, juros e taxas onipresentes e invencíveis, e estão na base da perpetuação da exploração e da desigualdade entre as pessoas, bem como na base da tentativa de destruição da inovação e criatividade humanas para a criação de soluções em direção à prosperidade e crescimento que todos almejam. É bom estarmos conscientes de que são essas inovações e criatividade que fundamentam a própria existência das criptomoedas.

O mundo só vai piorar, realmente, se as estruturas governamentais e financeiras não mudarem, portanto é irracional deixarmos com que o medo domine nossos avanços na direção de um sistema financeiro descentralizado simplesmente pelo fato de que mudanças trarão incertezas e dificuldades aos governos e bancos. Que assim seja!

A incerteza quanto ao futuro é característica insuperável da realidade, mas a capacidade de moldar o futuro a partir do presente também é. Isso indica que podemos construir o mundo que queremos no futuro, mas temos que fazê-lo a partir de agora, sem ingenuidade de que a mudança será fácil, mas também sem medo de fazer o que precisamos fazer, mudar!

Contribuição: Ezequiel Gomes / DashBR.com

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