Argentina proíbe compra de criptoativos com cartão de crédito

Argentina proíbe compra de criptoativos com cartão de crédito

By Adolph Obasogie - min. de leitura
Atualizado 04 junho 2020

Após Alberto Fernández vencer as eleições presidenciais argentinas com mais de 48% dos votos, o Banco Central da República Argentina (BCRA) anunciou medidas para conter o preço do dólar e preservar as reservas. O BCRA limitou a compra da moeda norte-americana e firmou um limite de US$200 por mês para compras através de contas bancárias e U$100 para os que irão comprar dólares com dinheiro em espécie. Como o limite anterior era de US$ 10 mil por mês surgiu a crença de que isso iria impulsionar o Bitcoin no país. Entretanto, o BTC e demais criptomoedas também apareceram na mira do Banco Central. O BCRA proibiu a aquisição dos ativos digitais com cartão de crédito.

O Banco Central garantiu que esse movimento não é somente para acabar com as saídas excessivas de reservas cambiais em rápida deterioração do país que já conta com uma perda de mais de 20 bilhões de dólares em sua economia. Segundo o BCRA a medida irá ajudar a estabilizar o mercado, além de preservar a economia do país. Na declaração o Banco Central informou que todas as cautelas tomadas são por conta do atual grau de incerteza que ronda a Argentina.

A providência em relação às criptomoedas vem da limitação que o Banco Central impôs as instituições financeiras e outros emissores de cartões locais. Para acessar o mercado de câmbio e efetuar pagamentos no exterior pelo uso de cartões de crédito, débito ou pré-pagos emitidos no país há a necessidade da aprovação prévia do BCRA e os ativos digitais não poderão ser adquiridos através deste método de pagamento somente por fundos transferidos de uma conta bancária.

É notável a forma como o Banco Central olha para os criptoativos. A dificuldade que impôs para a compra mostra que os ativos digitais podem de fato serem uma fuga do peso argentino que não se sustenta como uma forte reserva de valor. Diferentemente do peso argentino o Bitcoin não pode ficar hiperinflacionado, pois existe um limite de fornecimento de moedas de 21 milhões.

Toda a pressão em volta da Argentina pode mudar o cenário que o comerciante Alex Kruger descreveu em agosto deste ano. Kruger disse que o Bitcoin era desconhecido no país e que as pessoas ainda recorriam ao dólar para se protegerem do peso argentino. Todavia, uma transação de Bitcoin não pode ser censurada ou limitada como é o caso do dólar. Sua praticidade de ser enviado para qualquer lugar do mundo é algo que os argentinos darão valor rapidamente. Logo, a proibição de utilização do cartão de crédito para compra dos ativos digitais será contornada com o maior conhecimento da população de plataformas como LocalBitcoins e Paxful.

 

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