HomeAfinal de contas, quem dá as cartas no mercado do Bitcoin?

Afinal de contas, quem dá as cartas no mercado do Bitcoin?

outubro 30, 2016 Por Melissa Eggersman

Todos sabem que o Bitcoin é uma criptomoeda global e que diariamente milhares de pessoas de todos os continentes a utilizam para as mais variadas finalidades. O que muitos não sabem é onde estão concentrados os usuários dessa tecnologia ou em qual país o Bitcoin é mais comercializado atualmente. Pois bem, o Guia do Bitcoin preparou uma pesquisa que vai te ajudar a esclarecer a questão.

Sem entrar no mérito ideológico sobre o que agrega valor intrínseco ao projeto, neste artigo trataremos da moeda meramente sob a ótica de um “bem digital”, que está sujeito às regras comuns de comércio.

Neste contexto, o preço de um bem digital (ou material) é controlado, primordialmente, por dois fatores: oferta e demanda. Quanto menor for a oferta e maior for a demanda, mais valioso um bem se torna. No que diz respeito à oferta, o protocolo do Bitcoin limita a sua criação em apenas 21 milhões de unidades, então o Bitcoin dispõe de escassez previamente anunciada, que manterá sua oferta sobre controle, no entanto a escassez de oferta de nada adiantaria para agregar valor de comércio à moeda, se ao mesmo tempo não houvesse demanda proporcional por ela.

Felizmente, por motivos diversos, desde a criação do Bitcoin, temos acompanhado vigoroso aumento no número de pessoas dispostas a investir nessa tecnologia, o que tem acarretado deflação em seu preço, em relação às moedas governamentais emitidas pelos bancos centrais. Mas você sabe quem, atualmente, comercializa mais Bitcoins? E em qual proporção?

Muitos pensam que os americanos estão na liderança quanto à comercialização dos Bitcoins, mas estão enganados, fato é que eles estão longe de ocupar esta posição. Na verdade a grande massa de BTC’s atualmente comercializada, provém da China, as quatro grandes casas de câmbio chinesas (OKCoin, Huobi, BTCChina e LakeBTC) atualmente são responsáveis por mais de 93% do volume de BTC’s comercializados no planeta.

Para se ter uma idéia da força do mercado chinês no setor, a exchange chinesa OKcoin registrou volume [BTC] superior à 140M, comercializados em Yuan Chinês (CNY), no período de 31/03/2016 à 31/08/2016, abocanhando o 1° lugar no ranking global (51,75% de “market share”), em segundo lugar veio a também chinesa, Huobi, que no mesmo período, registrou volume [BTC] de 105M, comercializados em Yuan Chinês, (36,85% de “market share”). Por outro lado, as casas de câmbio que comercializam Bitcoins em USD, no mesmo período, registraram volumes relativamente modestos se comparados aos de suas concorrentes chinesas, a exchange Bitfinex, foi a que apresentou melhor resultado e registrou volume [BTC] de 3.61M, mesmo assim, nem de longe se compara aos números do mercado chinês, de acordo com o banco de dados do site https://data.bitcoinity.org

A lista completa de volumes [BTC] das principais casas de câmbio do mercado você pode conferir no link: https://data.bitcoinity.org/markets/volume/6m?c=e&r=month&t=a

Traduzidos para valores em moedas correntes nacionais, os índices de volumes do mercado chinês se tornam ainda mais impressionantes, no mês de outubro deste ano, a quantia total de Yuan chinês movimentados pelas exchanges da China ultrapassou ¥ 181G, o que convertido em dólares americanos, seria aproximadamente $ 26,6 bilhões movimentados em um único mês. No mesmo mês de outubro, o volume em dólares americanos movimentados em casas de câmbio de Bitcoin alcançou apenas $ 557M. Já a quantidade movimentada de Euros movimentados em casas de câmbio de Bitcoin é ainda menor, apenas € 98,9M ou $ 108,6M de dólares, de acordo com o site https://data.bitcoinity.org

O Bitcoin é uma tecnologia inovadora e promissora, possui imenso potencial a ser explorado, no entanto, por ser revolucionário e confrontar velhos paradigmas, é vitima de desconfiança e rejeição por parte de setores mais conservadores da sociedade. Algumas culturas demonstram maior aceitação a essa tecnologia, por isso, se você é um entusiasta do Bitcoin ou investidor do ramo, deve saber exatamente em que terreno está pisando e ficar sempre de olhos voltados para as novidades da China, mercado que mais cresce no planeta dentro e fora da esfera do Bitcoin