Artigo anterior Por que precisamos do Bitcoin? A criação das primeiras moedas Próximo artigo Home Por que precisamos do Bitcoin? A criação das primeiras moedas Por que precisamos do Bitcoin? A criação das primeiras moedas By Melissa Eggersman - min. de leitura Atualizado 04 junho 2020 O Guia do Bitcoin, com base no Crypto Briefing, iniciou uma série para responder a uma importante pergunta: Por que precisamos do Bitcoin?. No nosso primeiro artigo nós começamos a falar da história do sistema monetário. Você pode ler o artigo neste link! Hoje, continuamos falando sobre o mesmo assunto. Afinal, para sabermos porque o Bitcoin é tão importante, precisamos entender a história do dinheiro. Neste artigo, vamos falar sobre o início das moedas e como diferentes vezes, novos “dinheiros” foram criados. As tentativas de criar uma moeda O Eletro. Precisamos voltar aos tempos antigos para encontrar nossos primeiros exemplos de moedas criadas para servir as economias de diferentes ecossistemas. Um dos primeiros exemplos da criação de uma moeda estão o Eletro (Electro). O eletro é uma liga de ouro e prata, às vezes chamado de ouro verde. A liga contém vestígios de cobre e outros metais. Consiste em muitas impurezas e varia muito em tamanho, qualidade e densidade. Ainda assim, era útil já no Antigo Reino do Egito, há quase 5.000 anos, onde era usado para revestimentos externos de pirâmides e obeliscos, bem como para vasos de luxo. O Eletro teve o seu uso generalizado como uma moeda durante vários séculos, desde o século VII aC até cerca de 350 aC. A liga era mais durável que o ouro e refinar o ouro até se tornar puro era um desafio muito maior do que nos séculos seguintes, por isso a funcionalidade do eletro era elevada. O principal problema com o eletro eram as variações de pureza que o tornaram insatisfatório a longo prazo como uma moeda verdadeiramente fungível. Com o tempo, a quantidade de ouro em uma moeda de eletro emitida foi reduzida. Como o ouro retém seu valor intrínseco, as moedas custariam mais do que o valor atribuído se a proporção de ouro com outros metais fosse mantida. Outras culturas, em diferentes períodos, criaram uma variedade de moedas para servir suas economias. O búzio foi comercializado em regiões como África, China e Índia, sendo utilizado como moeda, uma vez que era de forma distinta, pequena e leve. Sua textura fina e detalhada tornava quase impossível a falsificação. As conchas eram negociadas por grandes quantidades de mercadorias em regiões que careciam de suprimentos naturais. O chocolate, na forma de grãos de cacau, foi uma excelente forma de moeda para as pessoas da cultura asteca durante um período de alguns séculos. Como as moedas de papel atuais, ninguém poderia produzir os grãos de cacau; a produção era controlada para garantir que seu valor pudesse ser mantido. Essa forma de dinheiro permitiu o comércio de mercadorias em grande parte do que é hoje a América Latina. O arroz desempenhou o papel de dinheiro no Japão feudal do século XVII . Trocava-se arroz por mercadorias, para pagar impostos e até pagar o salário dos trabalhadores. Por ser muito leve e fácil de transportar, o arroz foi utilizado como moeda por muitos anos no Japão. Aliás, a mudança do arroz para as moedas metálicas foi recebida com considerável desconforto e dúvida. Todas essas moedas operavam sob as premissas básicas de consenso e de oferta e demanda. Nessas sociedades, existia um consenso que concordava em atribuir um valor a um item que poderia ter sido visto por pessoas de fora como um valor irracional, ou até mesmo nulo. A premissa básica do princípio de livre mercado de oferta e demanda também se manteve verdadeira e consistente com esse sistema, pois o excesso de suprimentos de conchas se tornava consideravelmente menores do que em locais distantes, onde eram difíceis de obter. Ainda assim, essas moedas tinham suas limitações e não podiam replicar completamente as características do dinheiro real. O inicio do dinheiro real Ao longo da história econômica do mundo, pode-se observar um retorno previsível ao dinheiro real a partir de moedas com falhas. Já no século VII aC, na Grécia, os staters de ouro e prata eram usados para o comércio e são os primeiros exemplos conhecidos de dinheiro real. Essas moedas, que começaram como eletro, acabaram sendo refinadas e atendiam a todas as características do que deveria ser dinheiro real, e duraram séculos. Começando como lingotes e posteriormente sendo transformado em moedas, o stater foi uma forma de dinheiro confiável e estável por quase 800 anos. Por causa do uso de ouro nas moedas – que mantém um valor intrínseco devido à sua escassez – os salários comparáveis das pessoas há 2000 anos em ouro são quase equivalentes aos de hoje: “Na era do imperador Augusto (27 aC a 14 dC), um centurião romano recebeu 15.000 sestertii. Dado que um áureo de ouro equivale a 1.000 sestertii e, como havia oito gramas de ouro em um áureo, o pagamento chega a 38,58 onças de ouro. A preços atuais, isso é cerca de US$54.000 por ano. O centurião que comandava 80 legionários é aproximadamente equivalente a um capitão do Exército dos EUA. O salário atual de um capitão é de US$46.000 – o que é bastante próximo. Isso implica que o ouro é uma boa reserva de valor. Essencialmente, o ouro é um bom hedge de inflação – mas nossos exemplos são, muito, muito longo prazo, mais de 2.000 anos.”(fonte) Ainda assim, as moedas de papel ofereciam maior conveniência e facilidade de uso, como poderá ser visto no nosso próximo artigo. 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