A bolha não estourou, na verdade nem sequer começou

A bolha não estourou, na verdade nem sequer começou

By Ruchi Gupta - min. de leitura
Atualizado 02 junho 2020

Esse post é em homenagem a todos que orgulhosamente proclamaram aos quatro cantos da internet que a desvalorização das criptomoedas em 2018 foi uma bolha, que também falaram que tudo o que aconteceu com o Bitcoin e outras importantes criptomoedas nesta última semana foi bastante divulgado ao longo de todo o ano e agora não se cansam de falar “eu avisei”.

Após a recente desvalorização nos preços das criptomoedas nestes últimos dias, muitos críticos do Bitcoin tem aparecido e sustentado a narrativa de que a festa acabou e aqueles que depositaram toda sua confiança nas criptomoedas especialmente no Bitcoin como sendo o dinheiro do futuro, foram tolos.

Bolha?

Um jornal do Reino Unido publicou um artigo onde explica e esclarece, apresentando evidências que indicam que o que vimos no final de 2017 não é nada comparado ao que uma bolha realmente seria. Segundo os analistas que ajudaram a escrever o artigo, o crash de 2018 no preço do Bitcoin é apenas um pontinho e não uma bolha estourando.

O artigo explica que é obvio que atualmente só entrou realmente no mercado os pequenos investidores, mas, ao longo de todo o ano de 2018, várias das grandes instituições financeiras estão se posicionando para explorar ao máximo a próxima onda de otimismo e valorização das moedas digitais.

O artigo destaca o interesse da Fidelity, com seus trilhões em ativos e a Intercontinental Exchange com sua reputação inigualável no mercado de ações, em lançar suas próprias soluções de investimento em criptomoedas já antecipando um grande interesse e uma demanda séria de seus clientes.

O jornal Independent.co.uk que publicou o artigo faz questão de mostrar aos seus leitores que a bolha das pontocom (um evento financeiro frequentemente comparado ao mercado de criptomoedas) foi muito maior do que a capitalização total de mercado de todas as moedas digitais quando atingiram o seu recorde de preço no final de 2017.

A fim de sustentar esse argumento, o artigo cita o CEO da startup blockchain Ambrous, Angel Versetti, quando ele fez a seguinte afirmação:

“Eu não compararia o estado atual do mercado de criptomoedas com a bolha das pontocom… as empresas de criptomoedas e as pontocom não são comparáveis. Eu não acredito que estamos ou estivemos perto de uma bolha das criptomoedas.”

Para Versetti, a atual tendência de baixa do mercado é apenas uma grande correção natural. Para ele, quando os banqueiros e grandes investidores entrarem nesse mercado e a capitalização das criptomoedas aumentar para algo entre US$ 15 a 20 trilhões, então aí pode ser considerado uma bolha.

Evidências históricas

Com base na evidência histórica, o jornal continuou explicando sobre as movimentações nos preços vistas no passado que ocorreram na primeira criptomoeda, o Bitcoin.

O que está acontecendo agora com o Bitcoin, já aconteceu outras 4 vezes e não é muito diferente de quando a Amazon caiu de um valor de US$ 300 em 1998 para apenas US$ 6 em 2000, e atualmente alcançou níveis de preço jamais imaginado naquela época.

Uma nova tecnologia extraordinária sempre passará por ciclos de altos e baixos. Eles começam com alguns geeks dizendo: “isso é muito legal”. No início as utilidades da tecnologia são incompreendidas e superestimadas por gente que quer enriquecimento rápido. Até que acontecem melhorias, tornando a evolução mais preparada para oferecer a visão dos primeiros desenvolvedores. Este ciclo pode acontecer muitas vezes.

Para Matthew Newton, analista da eToro, essas comparações com as antigas bolhas são falhas:

“… É um pouco como proclamar o fim do FTSE 100 no final de 2008.”

Matthew Newton elogiou a comunidade de desenvolvedores e defensores das criptomoedas que mesmo após alguns “crashs” continuam acreditando na tecnologia, afirmando que é por eles que o verdadeiro trabalho para a infraestrutura e protocolos são feitos.

Muito trabalho até uma alta

Falando acerca desses desenvolvedores que acreditam e trabalham dia e noite buscando soluções de escalonamento de segunda camada, como Lightning Labs e aquelas focadas em trazer maior anonimato para o Bitcoin, como a equipe de carteira Samurai, as exchanges aceitando mais dinheiro FIAT, as plataformas que trabalham oferecendo soluções privativas e institucionais de custódia. Há muita coisa acontecendo que ainda não está refletindo no preço e  não foi percebido por aqueles que “fugiram” no último crash e principalmente por aqueles que gostam de proclamar o “Cripto Apocalipse”.