O que são e por que acontecem os “Forks” do Bitcoin? Entenda de uma vez em nosso guia completo

Você já deve ter ouvido falar várias vezes dos famosos Forks que tem acontecido no bitcoin nos últimos meses. Essas atualizações que, por muitas vezes, acabam criando uma nova moeda, são confusas de serem entendidas, principalmente por quem é novo no mundo das criptomoedas. Por isso resolvemos criar esse pequeno guia para esclarecer todas as dúvidas a respeito dessa palavra tão abordada no universo do Bitcoin.

O que é uma “Bifurcação” ou Fork do Bitcoin?

Se você está querendo entender o que é uma criptomoeda, você certamente irá encontrar em suas pesquisas, calorosos debates sobre os recentes Forks que o Bitcoin tem sofrido. Fork são atualizações que o protocolo ou código de uma criptomoeda recebe. Qualquer moeda pode ter um fork e seus objetivos são os mesmos, aprimorar o código da moeda em si. Essas atualização são classificadas de duas maneiras: Soft Fork e Hard Fork.

Primeiro entenda que uma criptomoeda é um conjunto de códigos e regras que juntos formam um sistema. Esse sistema, pode ser aprimorado, atualizado e evoluído para uma versão melhor. Contudo, assim como os programas que usamos em nossos computadores, nem sempre conseguimos atualizá-lo sem antes fazermos o download da nova versão do mesmo. Por exemplo, muitas pessoas usaram por anos o Windows 7 como sistema operacional e durante todos esses anos ele foi atualizado e aprimorado, mas quase nunca notamos, isso porque essas atualizações eram feitas no chamado “segundo plano” onde o usuário não percebe que o computador está processando algo, esse tipo de atualização acontece sempre com criptomoedas e são conhecidas como Soft Fork.

Essas atualizações são feitas, muitas vezes, para corrigir pequenas falhas, que não comprometem a moeda como o todo, mas que podem ser melhoradas e aprimoradas. Elas também são conhecidas por não exigir que o sistema seja “reiniciado”, porém, as vezes é necessário medidas mais trágicas e complexas, que mexem com linhas de código importantes da moeda e geram uma “bifurcação na rede” ou o chamado Hard Fork. Voltemos para o exemplo do Windows 7.

Depois de vários anos de uso, a Microsoft, dona de todos os sistemas Windows, resolve atualizar por completo seu sistema operacional e lança o famoso Windows 8. Agora você terá que encontrar uma forma de conseguir a nova versão do sistema, as escolhas mais lógicas seriam comprar ou adquirir de forma pirata na internet.

Com criptomoedas isso também acontece, mas você não precisa comprar ou baixar nada para atualizá-la. Quando necessário, uma moeda passa por uma atualização complexa e não existe maneiras de atualizar a mesma sem que todo o sistema passe a operar do zero. Isso quer dizer que uma nova Blockchain é criada, seria como se a moeda tivesse simplesmente criado um novo marco inicial, com um novo código.

Diferentemente dos sistemas operacionais convencionais, as versões antigas das criptomoedas continuam a existir até que todo mundo passe a usar e a aceitar apenas a nova versão. Se parte da comunidade não atualizar para o novo código, então a bifurcação é feita e a partir desse momento, duas moedas passam a existir. Uma com o novo código e outra com o código antigo.

Bitcoin Cash e Bitcoin Gold: exemplos de Hard Fork

O Bitcoin Cash e o Bitcoin Gold são exemplos que podem ser aceitos como um Hard Fork. São versões modificadas do Bitcoin, com alterações do seu código. Mas quem toma a decisão de atualizar o código e porque as pessoas não iriam querer atualizar para uma versão melhor da criptomoeda? Iremos discutir isso a seguir.

Quem toma a decisão?

Bom, para algo acontecer alguém tem que tomar a decisão e no caso das criptomoedas isso não é diferente. Para que uma atualização entre em vigor, ela deve passar antes no consenso da comunidade, ou seja, a grande maioria dos usuários devem votar e decidir se tal atualização deve ser aplicada ou não. Essa votação é feita através do próprio sistema do bitcoin e pode levar alguns minutos ou até várias semanas. Não se preocupe se você nunca votou, normalmente esse processo é feito pelos mineradores, e os usuários comuns, aqueles que apenas usam a moeda como forma de pagamento ou coisas do tipo, não passam por esse processo.

Nos casos em que a atualização não receba a maioria dos votos, ela nunca acontece e acaba sendo ignorada, contudo, em alguns casos, alguns grupos resolvem lançar a atualização mesmo assim, ignorando a vontade da maioria. É o caso do Bitcoin Cash, onde uma minoria se uniu para lançar uma versão melhorada do bitcoin, porém essa versão não foi aprovada nem aceita pelos desenvolvedores do bitcoin core, o bitcoin “original”, e sem apoio da comunidade nem dos desenvolvedores, um pequeno grupo resolveu lançar a criptomoeda de forma independente e a batizando como “Bitcoin Cash”.

E porque a comunidade nem os desenvolvedores aceitariam uma atualização, afinal de contas, ela não foi feita para melhorar a infraestrutura da moeda?

De fato, a maioria das atualizações são feitas para aprimorar o protocolo de sua criptomoeda, contudo, algumas atualizações são muito precoces ou ambiciosas e no intuito de preservar a confiabilidade da moeda, essas atualizações devem ser cuidadosamente planejadas e muito bem pensadas. Seria desastroso para o bitcoin ou para qualquer outra moeda, se acontecesse o que aconteceu com o Windows 8 do nosso exemplo, onde o publico não aceitou muito bem as modificações e o sistema foi quase que totalmente esquecido, tanto por parte dos usuários, como por parte da Microsoft.

Então essa seria de forma bem simples um Soft Fork e um Hard Fork. O que eles são, como eles surgem e como eles são aceitos ou não pela comunidade.

Espero que tenham todos entendido os conceitos básicos e se você tenha ficado com alguma dúvida, não deixe de perguntar no campo de comentários, ficaremos felizes em responder.

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Matéria Original Guia do Bitcoin

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