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Rocelo Lopes em uma polêmica entrevista

Ruchi Gupta

No dia 08 de dezembro de 2018, publicamos um artigo intitulado: “Opinião: O whitepaper do Bitcoin e como as coisas realmente são“. Rocelo Lopes, atual CEO da Stratum (antiga CoinBR) foi citado no artigo por suposto envolvimento em questões polêmicas referentes a vinculos com gente acusada de propagar golpes financeiros conhecidos popularmente como pirâmides.

Logo após a publicação deste artigo fomos contactados por Rocelo Lopes, solicitando um direito de resposta, que prontamente foi atendido. Afim de explicar para a comunidade cripto do Brasil toda a situação envolvendo seu nome em tantas polêmicas entrevistamos o CEO da Stratum. Veja abaixo nossas perguntas e suas respostas:

Você foi convidado a participar do evento OpenRJ, promovido pela Minerworld, no segundo semestre do ano passado. Dentre os donos da empresa, destacam-se Cícero Saad, réu confesso por fraudar 31 guias de pagamento de INSS e FGTS, e Jonhnes Carvalho, membro de destaque de pirâmides financeiras já desarticuladas como Multiclick e Paymony, sendo esta última relacionada a moedas digitais. Você tinha ciência disso quando o procuraram para contratar serviços de hospedagem de máquinas?

Não tinha ciência neste período, pois o contato era feito através de outras pessoas, os contratos eram administrados pelo diretor da CoinPY e, ressalto que, em minhas empresas, não temos métodos invasivos de cadastro de clientes. Afinal, é de conhecimento público a minha política de não armazenar dados de cliente por acreditarmos que as outras instituições que fazem parte da nossa cadeia de negócio, como os bancos e Receita Federal, possuem maior capacitação e recursos para aplicação das metodologias de KYC e AML. 

Além disso, sou frequentemente convidado a palestrar em eventos de diferentes instituições e países – em muitos casos, os critérios para participar são definidos em uma conversa rápida e com pouca pesquisa, e em 2017 isso aconteceu muito, visto a demanda na época.  Confirmamos a minha participação, pois o meu interesse é sempre divulgar a tecnologia de blockchain e principalmente o uso de criptomoedas. Outro motivo por aceitar dar a palestra, e acredito que também tenha sido o motivo de várias outras pessoas que deram palestra neste mesmo evento, era a oportunidade de divulgar para um grande público os nossos serviços e produtos. Quem assistiu a palestra me ouviu dizer que todos ali poderiam ser seu próprio banco e investir por si mesmos, não precisando até mesmo da própria Minerworld.

Segundo o que você mesmo disse durante o evento, a CoinPY se tornou a maior mineradora da América Latina devido à presença da Minerworld. A página da empresa continua no ar, contendo apenas uma tela de login, sem quaisquer descrições sobre produtos ou serviços oferecidos. A Minerworld ainda possui alguma relação com vocês?

Não. O contrato com a Minerworld era apenas de fornecimento de infraestrutura, visto que eles compravam as máquinas diretamente com o fabricante, que por sua vez nos entregava no Paraguai. Porém, é importante destacar que esse contrato foi quebrado antes do vencimento, quando a Minerworld decidiu construir sua própria mineradora, gerando um prejuízo enorme para a coinPY, que até o momento ainda não foi recuperado, pois foram realizados diversos investimentos para atender os grandes clientes. 

Como atua a área de compliance da CoinPY para filtrar a presença de possíveis empresas fraudulentas usufruindo de sua estrutura?

Conforme comentei em outra resposta, atualmente em minhas empresas optamos por reduzir o armazenamento de dados sensíveis de Pessoas Físicas e Jurídicas. Mas atendemos as leis e regulamentações do Paraguai que nos solicitam apenas mostrar em contrato e na fatura fiscal quem é o dono de cada máquina; logo, não há necessidade de fazer nenhum tipo de compliance dos clientes. 

Marcus França, há cerca de um ano atrás, fez uma transmissão ao vivo no Facebook com você durante almoço informal anunciando sua presença no Expoita, em Itabuna. Alguma parceria foi firmada entre você e França ao longo de sua estadia?

Nenhum tipo de parceria foi firmada, pois fui ao evento apenas para explicar sobre Blockchain e criptomoedas. Novamente a participação no evento foi com a intenção de conquistar clientes e espalhar a mensagem de que cada um pode ser o seu próprio banco.

Você sabia que Marcus França foi um dos principais líderes do esquema de pirâmide Telexfree Brasil, o qual lesou mais de 2 milhões de vítimas, bem como um dos principais idealizadores da Paymony?

Eu tive conhecimento apenas pelos noticiários, como todos. Temos milhares de usuários na plataforma, e sempre os atendi respeitando a privacidade de todos e tratando a todos da mesma forma – do iniciante ao grande investidor. Nunca fiz e jamais vou fazer distinção entre nenhum usuário, seja o investimento de R$25,00 ou R$ 25 Milhões e sou reconhecido na comunidade por isso.

Por fim, que recado você pode dar aos nossos leitores para que se vacinem contra a presença de esquemas fraudulentos?

O primeiro de tudo é buscar por informação e conhecimento de mercado. Hoje temos vários especialistas em criptomoedas e investimentos que possuem canais no Youtube e em portais de notícias que oferecem conteúdo gratuito, além de instituições como o Cripto Escola em Florianópolis e Blockchain Academy em São Paulo, que oferecem cursos e materiais durante o ano todo. Que busquem contato os influenciadores da comunidade, eu por exemplo, respondo todos os dias a mais de 50 pessoas iniciantes que tem dúvidas, e faço isso com alegria.

E por fim, que evitem fazer grandes investimentos financeiros em empresas que prometem grande retorno em curto prazo e sem riscos.  Recentemente, lançamos um produto para investidores – o Stratumblue (www.stratumblue.hk)-  e nele somos bastante transparentes sobre retorno X expectativa, desestimulando a entrada de investidores que buscam retorno rápido e garantido.

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