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Pesquisa indica que a mineração Bitcoin polui menos do que se imaginava

Melissa Eggersman

O Bitcoin tem sido atacado regularmente por seu processo de mineração que consome muita energia, alimentado por grandes quantidades de eletricidade. Muitos críticos da criptomoeda alegam que a mineração deixa uma pegada de carbono comparável à de uma cidade grande ou mesmo de um país pequeno, uma alegação que muitas vezes chega às manchetes dos principais meios de comunicação.

Mas um novo estudo prova que existe muitos detalhes importantes que devem ser analisados nessas informações. As emissões de CO2 do Bitcoin, de acordo com os autores, são muito mais modestas do que o sugerido por relatórios anteriores.

O impacto do Bitcoin no meio ambiente

Vários estudos pintaram uma imagem bastante negativa do consumo de energia do Bitcoin até agora. “A participação no processo de validação da blockchain do Bitcoin requer hardware especializado e grandes quantidades de eletricidade, o que se traduz em uma pegada de carbono significativa”, escreveu uma equipe de pesquisadores da Universidade Técnica de Munique e do MIT.

De acordo com um artigo publicado no início deste ano, o consumo anual de eletricidade do Bitcoin, em novembro de 2018, era de 45,8 TWh, e as emissões de carbono atingiram quase 23 megatoneladas de CO2, um número comparável ao que a Jordânia ou a cidade de Kansas emitem a cada ano.

Outros pesquisadores fizeram afirmações ainda mais ousadas. Um estudo da Universidade do Havaí em Mānoa   divulgado no ano passado sugeriu que apenas as emissões de Bitcoin poderiam empurrar o aquecimento global acima de 2° C daqui a pouco mais de uma década, comprometendo as metas de redução de mudanças climáticas do planeta.

“O uso de Bitcoin emitiu 69 MtCO2e” em 2017, concluíram os autores com base em dados compilados sobre o consumo de eletricidade dos sistemas de computação usados para verificação de Bitcoin na época e as emissões da produção de eletricidade nos países onde as empresas de mineração estão predominantemente localizadas.

Recentemente, uma outra pesquisa indicou que para cada US$1 dólar minerado de Bitcoin, são criados US$0.49 em danos ao meio ambiente e na saúde pública.

O outro lado da criptomoeda

No entanto, Susanne Köhler e Massimo Pizzol, da Universidade de Aalborg, na Dinamarca, acreditam que algo não está totalmente certo com essas estimativas. Em sua publicação intitulada “Avaliação do Ciclo de Vida da Mineração do Bitcoin”, eles apontam que outros estudos se baseiam em suposições gerais sobre as emissões de CO2 da geração de eletricidade e pressupostos de que são uniformes em um determinado país, como na China.

Por outro lado, a nova abordagem para analisar o assunto leva em consideração a distribuição geográfica das instalações de mineração na República Popular da China, que hospeda um pouco mais da metade de todos os mineradores de Bitcoin hoje.

Ao analisar os dados de forma separada e detalhada, é possível determinar, segundo eles, a pegada de carbono do Bitcoin com mais exatidão. “Verificou-se que, em 2018, a rede Bitcoin consumia 31,29 TWh com uma pegada de carbono de 17,29 MtCO2-eq”, observa o resumo do estudo.

Köhler e Pizzol enfatizaram que a região chinesa da Mongólia Interior, que depende fortemente de combustíveis fósseis como o carvão para gerar eletricidade, abriga apenas cerca de 12% dos mineradores de Bitcoin, enquanto Sichuan, uma província onde fontes renováveis como a geração de energia hidrelétrica são amplamente difundidas, hospeda mais de 30% das instalações de mineração que operam no país.

 

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Portanto, a contribuição de Sichuan para as emissões de CO2 da mineração de bitcoin é consideravelmente menor. Isso deve ser levado em consideração ao medir a pegada de carbono geral do Bitcoin

Os autores da pesquisa dinamarquesa também concluíram que a maior parte do impacto ambiental do Bitcoin foi um resultado direto do uso de eletricidade e de equipamentos de mineração no processo de validação dos blocos. A produção e reciclagem de hardware tiveram um impacto muito limitado, representando apenas cerca de 1% das emissões de carbono durante o período estudado.

Susanne Köhler também observa que as conclusões do estudo não significam que as pessoas não devem se preocupar com a pegada de carbono do Bitcoin, dada a crescente quantidade de eletricidade usada para a mineração de cada nova moeda. No entanto, ela insiste que as coisas devem ser colocadas em perspectiva:

“Por um lado, temos essas vozes alarmistas dizendo que não alcançaremos o Tratado de Paris apenas por causa do Bitcoin. Mas, por outro lado, há muitas vozes da comunidade Bitcoin dizendo que a maior parte da mineração é feita com energia verde e que não é de alto impacto.”

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