HomeO que dizer dos bancos “inovadores” que trabalham com blockchain?

O que dizer dos bancos “inovadores” que trabalham com blockchain?

Melissa Eggersman

No prefácio da edição alemã do livro “O fim dos bancos: moeda, crédito e a revolução digital“, escrito por Jonathan Mcmillan e publicado em português pela Portfolio-Penguin em 2018, o autor diz que já há algum tempo:

“os bancos não querem mais ser exatamente bancos: criaram laboratórios de inovação, trabalham com blockchain e, em vez do clássico gerente bancário, cada vez mais empregam robôs para as decisões de investimento”.

                                Bancos ligados a algum aspecto da tecnologia da blockchain

A tese do livro é que enquanto aparentemente os bancos querem se modernizar, especialmente diante dos avanços das moedas digitais, a verdadeira intenção das instituições bancárias é perpetuar seu poder sem mudar a essência do sistema e dos serviços bancários.

Mcmillan nos diz que antes da crise de 2008, especialistas em finanças anunciavam uma era de ouro na qual o sistema financeiro, por meio de inovações se tornaria mais estável, eficaz e transparente. Entretanto, “os eventos ocorreram exatamente ao contrário”. Todas as supostas inovações estiveram oculta e estritamente entremeadas com os bancos tradicionais.

                         Que coincidência! O negociante (o banco Goldman Sachs) ganha de novo!

Em síntese, o sistema financeiro só permite inovações que mantenham sua estrutura e seu poder, que são as verdadeiras fontes de inúmeras desigualdades, injustiças e corrupção.

Há uma tendência atual muito forte da parte dos bancos de criar uma retórica pró-blockchain, ao mesmo tempo em que eles tentam sufocar as fintechs que atuam como ponte entre as criptomoedas (blockchain, na prática)e o mundo financeiro, como as exchanges de bitcoins e altcoins que por vezes precisam recorrer à justiça para manterem suas contas abertas e funcionando.

Os bancos não são, nem nunca serão, parceiros e amigos da tecnologia que foi construída com o objetivo de desintermediar as transações e reestruturar o poder, devolvendo às pessoas a liberdade em relação a seus recursos.

A essência da blockchain e das criptomoedas é mudar o mundo e não simplesmente “melhorar os bancos” para que eles sejam mais modernos, mais lucrativos e mantenham sua filosofia intacta.

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