O halving é um fenômeno comum nas criptomoedas e afeta as recompensas da mineração. Quais são as consequências para o mercado?
O halving do Litecoin acontece hoje (05/08), e você precisa saber um pouco mais sobre o que é esse evento e que repercussões ele tem para a moeda na qual ele ocorre.
O conceito de halving nasce com as criptomoedas, ou seja, com Bitcoin. Ele veio dentro do design original que Satoshi Nakamoto fez desta moeda. O halving é um evento que ocorre a cada 210.000 blocos minerados na cadeia de uma criptomoeda.
Quando ele ocorre, a recompensa dos mineradores que trabalham na rede da criptomoeda é reduzida pela metade, portanto, se inicialmente os mineradores de Bitcoin recebessem 50 BTCs para cada bloco minerado, para serem distribuídos entre todos aqueles que trabalharam nele, após 210.000 blocos a recompensa foi reduzida para 25 Bitcoins, até que eles alcançaram o 12.5 BTCs que os mineradores recebem atualmente depois de um bloco minerado.
A recompensa após a mineração de cada bloco foi estabelecida como um mecanismo para incentivar a mineração, ou seja, o processo pelo qual as transações feitas com Bitcoins (ou outra criptomoeda) são integradas à Blockchain, permitindo que a rede de criptomoedas funcione. Portanto, a mineração é o equivalente, dentro do mundo de ativos digitais, à questão monetária feita pelos Bancos Centrais.
No entanto, ao contrário das agências governamentais responsáveis pela impressão de dinheiro, o Bitcoin tem uma quantidade finita a ser emitida, que foi fixada em 21 milhões. Isso com o objetivo de servir como contrapeso deflacionário diante da circulação de mais Bitcoins, semelhante ao que acontece com o ouro: A criptomoeda terá valor porque é escassa.
Além disso, após cada halving, a dificuldade na mineração de Bitcoins é aumentada, também como um mecanismo para evitar a entrada súbita de liquidez no mercado de criptomoedas, protegendo seu valor ao longo do tempo.
Agora, espera-se que o terceiro halving do Bitcoin ocorra no ano de 2020, quando a recompensa por cada bloco minerado será reduzida para 6,25 BTC, com 18,3 milhões de Bitcoins ou 89,06% do mesmo minerado no momento. Atualmente, estima-se que cada halving de Bitcoin deve ocorrer a cada 4 anos, sendo uma estimativa variável de acordo com a capacidade de mineração existente no sistema.
Mas, se a dificuldade na mineração aumenta enquanto a recompensa diminui, vale a pena perguntar: O que impede os mineradores de saírem? No caso do Bitcoin, a redução na entrada de novos BTCs no mercado, gera uma reavaliação do ativo digital que leva ao fato de que, embora a recompensa nas criptomoedas diminua, seu valor é mantido ou aumentado.
No caso de outras criptomoedas, como Litecoin, isso não é visto tão obviamente, sendo de fato um dos maiores temores do halving de hoje (05/08). Porque se a recompensa em Litecoin diminui, mas seu preço permanece estável, poderíamos testemunhar uma saída de mineradores da rede de criptomoeda. E isso afetaria seriamente o funcionamento do LTC.
Este mesmo risco existe para outras altcoins, então algumas como o Ethereum se rebelaram contra este modo de operação no mundo das criptomoedas, eliminando o halving de sua programação. No caso do Ethereum, sua natureza não é deflacionária, mas inflacionária, mantendo o objetivo de atingir uma inflação anual de 1%, para a qual a recompensa pelo bloco de mineração se mantém estável, enquanto o aumento da dificuldade de mineração é uma decisão dos programadores.
Assim, seja por meios inflacionários ou deflacionários, as criptomoedas buscam gerar sistemas que regulam seu funcionamento, garantindo que a rede continue funcionando e que os usuários tenham confiança na moeda que mineram.
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