Home[Entrevista #1] Fundador da FoxBit fala sobre novidades e o mercado brasileiro de Bitcoin em 2017

[Entrevista #1] Fundador da FoxBit fala sobre novidades e o mercado brasileiro de Bitcoin em 2017

Benson Toti

O portal Guia do Bitcoin realizou com exclusividade uma entrevista com o Sócio-Fundador da Foxbit, hoje a maior bolsa de bitcoins (corretora ou exchange) da América Latina. Por ser líder no setor, os dados abaixo são de tamanha valia para análise do grande mercado brasileiro de Bitcoin. Inaugurando a nossa nova seção no portal, leia abaixo a entrevista completa com o Guto Schiavon:

Schiavon, como o Bitcoin mudou a sua vida?

Schiavon: Bem, o Bitcoin mudou totalmente a minha vida. Eu o conheci quando tinha apenas 16 anos, navegando pela deep-web, porém, devido a pouca idade e a escassez de informações sobre a criptomoeda, deixei de lado e só voltei a ler sobre ela em 2014, um pouco antes do pump que fez o bitcoin passar até na Ana Maria braga. Desde quando eu comecei a estudar mais sobre a tecnologia, percebi que faltava um uso prático pra ela no Brasil, daí criei o PagueComBitcoin.com, um serviço para pagamento de boleto e recarga de celular. Foi meu primeiro empreendimento com bitcoin, mas na época eu era competidor pelo SENAI São Paulo, daí não pude continuar o projeto e acabei passando-o para frente. Poucos meses depois, larguei a área da mecânica e desde então, mudei de emprego, de ramo, de cidade e também de pensamentos sobre economia, governo, finanças, etc.

Em relação a sua experiência com Bitcoin, qual o fato mais curioso aconteceu com você?

Schiavon: Não aconteceu comigo, mas foi bem quando comecei a estudar sobre bitcoin.Um usuário foi realizar uma transação e trocou a quantidade de bitcoins pela fee.

No final, ele mandou uma transação de alguns miliBits com mais de 2.000 bitcoins de fee. Felizmente, uma pool minerou o bloco e devolveu os bitcoins para o remetente, tudo isso de forma altruísta e sem nenhuma intervenção governamental.

Há quanto tempo a Foxbit está no mercado?

Schiavon: A FOXBIT já tem 2 anos de operação, mas eu e o João Canhada já temos uma boa experiência com negociações P2P e educação sobre bitcoin. No início, eu escrevia para blogs sobre a criptomoeda e o João negociava bitcoins nos grupos de Facebook.

Como a maior corretora de Bitcoins da América Latina, quais foram os resultados da Foxbit no ano de 2016 e quantos Bitcoins passaram pela plataforma?

Schiavon: Fechamos o ano de 2016 com uma marca extraordinária, foram 200 milhões de reais e 140 mil bitcoins transacionados em apenas 2 anos.

Também fechamos o ano com mais de 40 mil clientes cadastrados.

Foi um crescimento de mais de 30% ao mês e estamos trabalhando para os números continuarem crescendo.

Você pode nos dizer quantos usuários hoje, utilizam a plataforma para negociar Bitcoins?

Schiavon: Nós temos uma base com mais de 40 mil clientes cadastrados.

Como a FOXBIT dá um bônus de R$2,00 para o usuário começar a usar o bitcoin, grande parte desse número já fez pelo menos uma operação de compra e venda.

O que você acha sobre a comunidade Brasileira de bitcoin?

Schiavon: A comunidade brasileira de bitcoins ainda é recente, apesar de termos notícias da criação de grupos e comunidades desde 2011, ela demorou um pouco para ganhar tração e profissionalismo. O ecossistema no Brasil já sofreu bastante, tivemos golpes de pirâmide, mineração na nuvem fraudulenta, entre outros golpes, porém, parece que em 2016 o público evoluiu bastante, pois tivemos uma grande quantidade de novos sites com notícias e guias sobre bitcoin, canais no Youtube, lojas aceitando como meio de pagamento e eventos sobre bitcoin & blockchain.

E o restante da América Latina? Há planos de expansão ou parceria com outros países, ou outras moedas correntes?

Schiavon: Nosso plano principal é fomentar o bitcoin, mas estamos de olho nas outras moedas também. Das criptos mais relevantes que vemos hoje, Ethereum chama bastante a nossa atenção. Mas não tem como eu prever quando ela poderá ser adicionada a FOXBIT.

O Brasil é o ponto inicial para quem quer atuar na América Latina, depois que você consegue se estabilizar por aqui, fica mais fácil de tentar novos ares, mas ainda temos muito chão pra correr em terras tupiniquins.

É certo que a tecnologia blockchain veio para ficar. É previsto que mais empresas nacionais utilizarão a tecnologia em 2017?

Schiavon: Sim, apesar de blockchain ainda ser um grande experimento para empresas, ele está tomando forma nos laboratórios de grandes instituições. Bancos, cartórios, empresas de certificado digital, fintechs, são os nichos que trabalharão com blockchain mais facilmente.

Sabe-se que a Foxbit realiza palestras e consultoria na área de Fintech para grandes empresas no Brasil. O que os bancos e instituições nacionais acham da tecnologia Blockchain e do Bitcoin?

Schiavon: As grandes instituições tentam separar uma tecnologia da outra. São conceitos diferentes, mas eles se complementam., Um blockchain que não tenha segurança, é apenas um banco de dados comum. O do bitcoin tem um estímulo financeiro gigantesco, a ponto dele ser imutável, pois você precisaria de um poder computacional gigantesco para poder mudar uma transação.

Como as instituições não terão controle sobre o bitcoin, ainda há uma barreira de aceitação. E é este conceito que tentamos desmistificar em nossos eventos e workshops.

Vocês têm novidades para 2017? O que os usuários podem esperar?

Schiavon: Já em Janeiro, os usuários poderão carregar cartões pré-pago com bitcoin, sem grandes taxas, demora ou risco do produto deixar de existir em poucos meses. 

Também estamos terminando o nosso aplicativo para iOS e Android, assim os usuários poderão acompanhar melhor o mercado de seus dispositivos mobile.

Tem muita novidade para acontecer, a FOXBIT está crescendo muito, já somos em 10 pessoas e estamos mudando de escritório para contratarmos mais funcionários. 

Infelizmente não posso contar tudo que está por vir.

Em relação a taxas, bancos conveniados e formas de pagamento, a Foxbit prevê alguma mudança para 2017?

Schiavon: Sim, claro! Nós estamos trabalhando com os setores de PLD dos bancos Itaú e Santander para conseguirmos abrir conta. Para 2017, também queremos ter os bancos digitais em nossa plataforma, como Intermedium, Original e Neon. 

É imprescindível que tenhamos o maior número de opções para os nossos usuários.

O grande problema das taxas é que as operações bancárias de saques e depósitos precisam ser manuais. Os bancos brasileiros ainda estão carentes de integrações e APIs, portanto, o custo fixo para manter uma equipe de operações é muito alto. 

Você pode dar um palpite sobre o possível preço do Bitcoin na virada do ano? 🙂

Schiavon: Eu acredito que o bitcoin ficará por volta de R$ 3.300,00, mas ele pode continuar subindo, ou pode começar cair, mas também pode andar de lado. É uma incógnita!

O que você achou da nossa entrevista? Deixe seu comentário! 🙂

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