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As criptomoedas são uma ameaça às instituições financeiras?

Melissa Eggersman

Se você está se perguntando se as criptomoedas são uma ameaça às instituições financeiras ou não, saiba que você não é o único. São as transações em tempo real, a descentralização e a automação da confiança uma ameaça ou uma oportunidade? E quão fina é a linha divisória entre as duas?

Como quase todas as coisas cercando a questão das criptomoedas, a resposta dependerá de com quem você estiver conversando. De acordo com Alex Buelau, co-fundador e CEO do coinschdule.com, um dos maiores portais sobre ICO`s, os banqueiros não precisam se preocupar: “os mais libertários dizem que o Bitcoin irá fazer com o que sistema bancário deixe de existir, mas muitas pessoas apostam que as duas coisas podem coexistir”, é como “Linux e Microsoft”.

Isso significa que um homem no centro da revolução das criptomoedas, um minerador de Bitcoin e entusiasta das criptos, não vê seu negócio como destruindo o terrível sistema atual?

“Tentamos fazer as coisas funcionar sem os bancos, mas não é prático. Nem todos aceitam as criptomoedas e ainda há a flutuação de preço. Não iremos substituir o sistema bancário, pelo menos não no futuro breve até onde eu posso ver”. Caso encerrado.

Mas e quanto ao futuro que ainda não podemos ver? Isso pode colocar uma resposta diferente.

Criptomoedas como ameaça

Colin Luce, que trabalha na Uphold, diz que “as criptomoedas, pela primeira vez, representam uma ameaça séria às instituições financeiras, uma vez que até agora, toda a inovação nas fintechs estavam no nível da aplicação. Agora, estamos começando a ver um sistema de pagamentos e um ecossistema completamente fora da infraestrutura do sistema, encontrando maneiras inovadoras de servir aos que não possuem contas bancárias e outros”.

Para aqueles que não sabem, a uphold é uma plataforma multi-propósito que trabalha com criptomoedas e já dá suporte a mais de 30 ativos, tanto fiat quanto cripto.

Então, se Luce estiver certo, as criptomoeda e a tecnologia por detrás delas poderiam, sim, eliminar os bancos e ver o fim das instituições financeiras tal qual as conhecemos. Os bancos certamente estão tendo dificuldade de dormir. Mas o que está sacudindo eles? A falta de inovação? O custo de sua tecnologia atual, ou a falta de vontade em se adaptar? Talvez, uma combinação de todas essas coisas.

Se adapte ou morra

Você pode apostar que as instituições bancárias que valem bilhões de dólares não vão deixar esse processo ocorrer apenas assistindo-o. Com o apoio de algumas das mentes mais brilhantes, eles provavelmente vão achar uma forma de se adaptar e provar seu valor em um sistema que não necessite mais de autoridades centrais.

Mas é melhor eles se apressarem, pois haverá ganhadores e perdedores nessa corrida. A “Pitbull Capital” oferece pesquisa e insights sobre os ativos digitais. Chefiando o grupo de experts está Sarah Bergstrand, e ela dis: “isso vai ameaçar somente as instituições financeiras que lutarem contra isso. Isso sem sombra de dúvidas irá redefinir o universo financeiro tal qual o conhecemos. Contudo, as instituições já estão se adaptando à tecnologia e usando-a para reduzir custos, ao invés de tentar destruí-la”.

A maioria dos bancos não está indiferente. Eles estão se acostumando a entender essas tecnologias novas e ameaçadoras. Junto com as ATM`s, a internet e as fintechs, essas empresas têm uma longa história em mudar para permanecer relevante, mesmo antes que o Bitcoin viesse a emergir. Elas não estão cegas para a ameaça de um crescente exército de geeks usando camisetas e tênis.

“Existem coisas que o dinheiro não pode comprar: para todas as outras existem criptomoedas”.

Nem todas as instituições financeiras são criadas iguais, a criptomoedas são mais ameaçadoras dependendo as instituições financeiras a respeito das quais você está falando. Companhias de cartão de crédito poderiam ser as primeiras a sentir o soco. “Se você estiver falando de companhias como Visa e Mastercard, então eu acho que há uma ameaça, pois empresas de cartão de crédito são intermediárias. Elas capacitam você a gastar dinheiro e cobram taxas de você e do vendedor para fazer a transação ocorrer. Nada nisso é necessário com as criptomoedas”.

A visão a longo prazo

“Não estamos em um ponto crucial para as criptomoedas… elas podem decretar o fim de algumas instituições financeiras, mas cremos que em longo prazo as criptomoedas se tornação mais como o padrão outro para as finanças”, diz Andrew Hamilton, CEO da Coupit.

Seja como for, o sistema financeiro global não terá escolha senão a se mover na direção da blockchain. Depois de tudo, eles seriam bem idiotas de resistir a uma tecnologia que provê uma forma mais eficiente de fazer as coisas. É provável que vejamos uma grande mudança no futuro próximo e em longo prazo. Mas um “apocalipse” para os bancos? Provavelmente não.

“Ainda estamos no começo”, diz Buelau. “Não vejo como alguém em sã consciência poderia dizer que já não mais precisamos de bancos”. E quando as moedas fiduciárias em geral? Bom, essa já é outra questão.

(Christina Comben)

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