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As criptomoedas precisam das mulheres

Melissa Eggersman

                                        Fonte e lista das mulheres na imagem: https://archive.is/PK1Bh

As criptomoedas e a tecnologia blockchain precisam das mulheres, caso elas queriam se estabelecer no mainstream.  Aqui estão alguns exemplos do benefício da entrada de mulheres nas criptomoedas e como aumentar essa participação. 

A tecnologia blockchain está sendo usada para resolver inúmeros problemas sociais, do acesso ao sistema financeiro à problemas ambientais e tem mostrado o enorme potencial da tecnologia para ajudar na construção de uma sociedade mais igualitária, resistente a censura e sem intermediários corruptos. Porém, apesar de toda essa disrupção social, a equidade de gênero ainda é muito baixa.

De acordo com a coin.dance, o nível de engajamento das mulheres no ecossistema das criptomoedas é de apenas 8,78%. E de acordo com o bitcoin.com, apenas 8,5% dos trades de criptomoedas são mulheres. Esses dados podem ser facilmente constatados em qualquer evento de criptomoedas, em que a maioria dos palestrantes e participantes são sempre homens.

A verdade, no entanto, é que o ecossistema das criptomoeda e da blockchain precisa de mulheres.O crescimento, amadurecimento e consolidação das criptomoedas como uma forma de transacionar no dia-a-dia, depende da participação feminina. Sem mulheres, o potencial da blockchain pode ter dificuldades em florescer.

Buscamos mostrar aqui alguns benefícios da entrada de mulheres nas criptomoedas e como aumentar a participação das mulheres nesse ecossistema.

Estabilidade

Um estudo realizado pela City.A.M mostrou que as mulheres são menos suscetíveis ao FOMO do que os homens. O motivo parece ser a estratégia e estudo dessas mulheres, que são investidoras mais qualificadas . Sue Noffke, editora chefe do Financial Times e gerente de um dos maiores fundos de investimento do Reino Unido, realizou uma reflexão sobre o número de mulheres nos fundos de investimento, para a autora, o problema pode estar na falta de confiança. 

“Eu não acho que os homens são mais educados para tomar esses tipos de decisões – raramente entendem completamente o que estão fazendo. A diferença é que as mulheres querem entender, mas se atolam no jargão.”

O aumento das mulheres no ecossistema pode ser proporcional ao amadurecimento do próprio sistema, com a entrada de investidoras qualificadas, atentas aos riscos e benefícios do mercado. Como consequência, teremos um mercado mais estável e menos suscetíveis aos FOMOs e FUDs.

Construção de Comunidades

As criptomoedas são essencialmente construídas por comunidades. Sem elas, é praticamente impossível que um projeto, por melhor que seja, vá para frente. Durante os primeiros estágios do desenvolvimento de um projeto de criptomoedas, os desenvolvedores lançam bounties e outras formas de recompensas, exatamente para conseguir criar uma comunidade em torno do projeto. Se elas forem bem sucedidas, o projeto terá defensores, divulgadores e investidores.

O engajamento de mulheres nos projetos de criptomoedas, é um fato indispensável para construção de comunidades fortes que atraiam atenção para os projetos, dinheiro para o seu desenvolvimento e um capital humano capaz de criar conexões e consolidar as criptomoedas no mainstream.

Sem mulheres, não há crescimento.

No Brasil, já existem mais que o o dobro de investidores em criptomoedas, do que na bolsa de valores. Se as mulheres representam metade da população humana, mas não chegam nem a 10% do capital humano que está investindo em criptomoedas, superar essa barreira é imprescindível para elevar o número de investidores à um patamar incrível. Qualquer projeto que busque a adoção em massa terá que atrair as mulheres e seus capitais.

Como qualquer coisa, o equilíbrio é frequentemente a melhor abordagem. Trazer mais mulheres para o ecossistema das criptomoedas equilibrará a proporção de gêneros, dando ao ecossistema, um impulso fortíssimo para seu rápido crescimento.

Como trazer mulheres para esse ecossistema?

A boa notícia é que este cenário parece estar mudando, um estudo realizado pela London Block Exchange mostrou que desde o começo do ano, dobrou o número de mulheres que estão considerando investir em criptomoedas.

Mesmo que as criptomoedas sejam atualmente dominada por homens, existem mulheres à frente de grandes projetos de criptomoedas. Joyce Kim, co-fundadora da Stellar, Elizabeth Stark, CEO da Lightning Labs e Amber Baldet, ex líder de desenvolvimento de blockchain da JPMorgan, são alguns dos nomes que estão mostrando que as criptomoedas não são apenas para homens.

Mas como podemos acelerar esse processo? Para Maria Prusakova, co-fundadora do Crypto PR Lab, a melhor maneira de fazer isso é com educação.

“Assim como organizações como a Code.org têm como objetivo ensinar ciência da computação a alunos do ensino médio, as criptomoedas devem, eventualmente, ser parte integrante do currículo de todas as escolas. Comunidades como Girls Who Code e CodingFTW  podem trazer mais consciência para este espaço – em última análise, tornando-se uma indústria que não apenas tem mais mulheres, mas também é amiga da mulher. ”, diz a ex-atleta olímpica.

No Brasil, temos duas iniciativas voltadas para o incentivo à adesão de mulheres no espaço das criptomoedas. O “Women in Blockchain“, uma iniciativa global, mas com forte atuação no Brasil. E o “Mulheres Falam sobre Bitcoin“, um projeto brasileiro que busca incentivar a presença de mulheres no ecossistema, com conversas, workshops e apresentações realizadas por mulheres e para mulheres.

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