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Um terço da população mundial está na exclusão financeira

Melissa Eggersman

O acesso irrestrito aos serviços financeiros é uma das principais condições prévias para se alcançar a liberdade econômica. No entanto, grandes porções da população do planeta, especialmente nos países em desenvolvimento, permanecem excluídas do sistema bancário tradicional. O número de cidadãos sem conta em banco ou com menos recursos bancários das nações industrializadas e digitalizadas também é inesperadamente alto, numa era em que a maioria das pessoas já carrega um smartphone no bolso.

Mulheres e pobres são menos propensos a terem uma conta bancária

As criptomoedas oferecem um caminho alternativo, um jeito rápido para a inclusão financeira. Infelizmente, em vez de facilitar, Estados, autoridades e órgãos reguladores excessivamente preocupados muitas vezes dificultam a emancipação econômica daqueles cujos interesses devem defender. Tentando agradar os poderes políticos, muitos bancos ao redor do mundo tem estado ocupados levantando barreiras para indivíduos e empresas que lidam com criptomoedas. Isso não quer dizer que eles tenham feito o suficiente para ampliar a disponibilidade de seus serviços e produtos financeiros relacionados à ordem decrescente.

Estatísticas de várias fontes, relatórios e análises mostram que a parcela da população excluída financeiramente de alguns países permanece grande, apesar de algumas tendências positivas recentes. A disseminação de telefones celulares e o melhor acesso à Internet aceleraram a inclusão financeira – mais de 500 milhões de adultos abriram contas bancárias desde 2014 – mas esse processo se desenvolve de forma desigual em diferentes regiões e países, de acordo com um relatório do Banco Mundial.

O Global Findex Database 2017, um estudo sobre como as pessoas em 144 economias usam os serviços financeiros, publicado na primavera deste ano, mostra que quase um terço da população do planeta continua sem acesso à terra. Agora, 69% dos adultos tem uma conta em um banco ou em provedor de dinheiro para celular. No entanto, enquanto o número global de titulares de contas aumentou significativamente de 62% em 2014, o progresso nas nações, caracterizado por grandes disparidades entre homens e mulheres, onde a diferença permanece inalterada ano após ano, e entre ricos e pobres, tem sido muito mais devagar.

Regiões que mais sofrem com a exclusão

Os serviços de dinheiro móvel tiveram um efeito positivo na inclusão financeira na África Subsaariana. O número de pessoas que os utilizam dobrou em três anos, mas, mesmo assim, continua muito baixo – em 21%, enquanto a proporção de adultos que mantém contas em uma instituição financeira tradicional permanece estável. Um quinto das populações de oito países – Burkina Faso, Costa do Marfim, Gabão, Quênia, Senegal, Tanzânia, Uganda e Zimbábue – utiliza apenas contas de dinheiro móvel. Ainda assim, 95 milhões de adultos sem banco na região recebem apenas pagamentos em dinheiro para produtos agrícolas, por exemplo. No norte da África e no Oriente Médio, há outro problema – apenas 35% das mulheres tem uma conta bancária, a maior diferença de gênero entre todas as regiões estudadas. Além disso, até 20 milhões de adultos sem conta bancária enviam ou recebem remessas domésticas usando apenas dinheiro ou serviços de balcão.

Na Europa e na Ásia Central, a propriedade de contas aumentou para 65% em 2017, impulsionada principalmente pelos pagamentos de salários, pensões e benefícios sociais do governo digital – 17% dos detentores abriram sua primeira conta para receber pagamentos do governo. Ao mesmo tempo, 40% das pessoas atualmente não estão fazendo ou recebendo pagamentos digitais. No sul da Ásia, 30% dos adultos não possuem conta bancária. A Índia é uma exceção notável, com 80% dos indianos tendo uma conta em uma instituição financeira. No leste da Ásia e no Pacífico, no entanto, o crescimento na posse de uma conta estagnou durante o período pesquisado – perto de 30% das pessoas na região continuam sem acesso.

Menos da metade dos indonésios, cujo país conseguiu um aumento, atualmente tem uma conta bancária. As transações financeiras digitais se aceleraram na China, onde a parcela de donos de contas que usam a internet para pagar contas ou comprar bens mais que dobrou – para 57%. A República Popular da China testemunhou o rápido crescimento dos serviços de pagamento móvel, como o Alipay e o Wechat Pay, enquanto as autoridades, entretanto, intensificaram a repressão às atividades relacionadas à criptografia. Dados estatísticos mostram, que mais de 400 milhões de proprietários de contas na região ainda pagam suas contas em dinheiro, apesar de 95% deles terem um telefone celular.

Mais da metade dos adultos que vivem na América Latina e no Caribe possuem um telefone celular e têm acesso à Internet, o que representa 15% a mais do que a média do mundo em desenvolvimento. Apesar disso, apenas cerca de 20% dos correntistas em países como Argentina e Brasil usam seus dispositivos móveis ou a internet para fazer transações financeiras. Ao digitalizar os pagamentos em dinheiro, o Banco Mundial diz que as empresas podem expandir a propriedade de contas para até 30 milhões de adultos sem acesso a banco. Quase 90% deles possuem um telefone celular, de acordo com o relatório.

A terra das oportunidades não está se saindo muito melhor

Comparando com o restante do mundo, talvez seja factível pensar que a situação esteja muito melhor em economias desenvolvidas, como os EUA por exemplo, mas na verdade não é diferente. Quando o nível de desenvolvimento dos serviços financeiros é levado em conta, os resultados devem ser muito mais encorajadores. De acordo com um relatório detalhado de 2016, produzido pela Corporação Federal de Seguro de Depósito (FDIC), 7% dos domicílios americanos não possuem conta bancária, famílias, não indivíduos. As famílias negras sem banco, no entanto, eram mais de 18% do total, mais de 16% entre as famílias de origem hispânica. As taxas sem banco para as famílias asiáticas aumentaram consideravelmente durante o período analisado de dois anos, de 2,2 para 4%.

De acordo com outro estudo, um relatório da Corporação para o Desenvolvimento Empresarial intitulado “Os lugares mais sem banco nos Estados Unidos”, quase 18% dos lares norte-americanos são “underbanked” – o termo descreve pessoas com acesso insuficiente a produtos financeiros tradicionais como cartões de crédito e empréstimos. Na falta de acesso adequado aos serviços comuns dos bancos de varejo, muitos desses cidadãos geralmente dependem muito de serviços de microfinanciamento, como aqueles oferecidos por agiotas. Segundo os autores, as cidades onde mais de um quinto dos residentes não tem contas bancárias incluem Miami (Flórida), Detroit (Michigan) e Newark (Nova Jersey).

Existe uma grande chance do Bitcoin atender essa demanda de não-bancarizados.

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